sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Alemanha vai impor condições para aprovar resgate


Berlim, (AE) - O parlamento da Alemanha pretende atrelar a aprovação do novo pacote de empréstimos à Grécia a uma série de novas condições que incluem a exigência de provas sólidas de que Atenas está implementando as reformas orçamentárias e econômicas previstas no plano de resgate, de acordo com fontes do parlamento alemão.

Na segunda-feira, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, discursará no parlamento da Alemanha e pedirá a aprovação de um pacote que prevê a liberação de 130 bilhões de euros em empréstimos à Grécia. O sinal verde do parlamento é quase certo, de acordo com as fontes, mas os parlamentares estão preocupados com algumas questões pendentes em relação à ajuda.

Entre essas questões, estão dúvidas sobre quantos credores do setor privado pretendem participar da reestruturação da dívida da Grécia e a respeito da capacidade de Atenas para implementar as reformas exigidas pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Temos de tornar a nossa aprovação condicional", disse um parlamentar do governo de coalizão, acrescentando que a decisão da Alemanha deve ser tomada até segunda-feira para que a Grécia consiga receber o dinheiro até 14 de março - data em que o governo grego precisará dos recursos para pagar uma dívida de aproximadamente 15 bilhões de euros. "Se não puderem se refinanciar, isso significará um default", acrescentou.

Quando Berlim aprovou o projeto de lei que criou a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, em inglês), o parlamento da Alemanha embutiu no processo uma lei que lhe garante o poder de vetar qualquer nova ajuda à Grécia ou a outros países da zona do euro que passem por dificuldades financeiras. Por isso, Merkel não pode aprovar sozinha o novo pacote empréstimos na reunião de cúpula da União Europeia na semana que vem.

A versão preliminar da emenda que o parlamento da Alemanha deve aprovar na segunda-feira inclui novas exigências para a Grécia e para os credores do setor privado antes de a liberação dos empréstimos ser aceita. Os parlamentares querem liberar os recursos apenas se houver garantias da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que Atenas está implementando todas as medidas necessárias.

"Antes da Grécia receber ajuda da zona do euro, é preciso garantir que os gregos tenham implementado todas as reformas exigidas", disse uma autoridade do parlamento com acesso à emenda ao ler o documento.

FMI
A Grécia deve continuar em recessão pelo menos até 2013, mas o país conseguirá voltar ao crescimento se implementar as mudanças exigidas pelos credores internacionais, afirmou Gerry Rice, diretor de relações externas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"A intenção é dar à Grécia mais espaço para respirar, mais tempo para implementar as reformas e retomar a competitividade, o crescimento", disse Rice. Ele acrescentou que o país pode voltar a um "caminho realista de crescimento" no médio prazo se implementar todas as medidas acertadas com os credores privados e soberanos, mas reconheceu que há riscos ao sucesso desse pacote. "Não acho que alguém esteja tentando dizer que riscos não existem", acrescentou.

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