Companhia Docas do RN desmente números que refletem queda nas exportações de produções locais
Filipe Gibson
Filipegibson.rn@dabr.com.br
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| Uma mudança no sistema da Receita Federal teria sido a causa do equívoco. Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press |
A Codern explica que até entre março/abril de 2011, as exportações eram registradas em uma unidade da Receita Federal localizada dentro do Porto de Natal, e outra em Parnamirim, no Aeroporto Internacional Augusto Severo. A partir de então, os registros foram unificados no sistema de Parnamirim, levando para esse banco de dados tudo que era movimentado também no Porto de Natal, que já não contabiliza mais as informações dos produtos exportados. A comprovação que houve erro, segundo a Codern, está nos resultados obtidos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), de que Parnamirim teria movimentado US$ 53,4 milhões por via marítima, quando na verdade a cidade não possui estrutura portuária. O montante em questão pertenceria ao Porto de Natal, o que somado aos US$ 7,1 milhões do início de 2011, totalizaria US$ 60,4 milhões, ou 28% do valor total das exportações potiguares.
O valor divulgado pela Codern apresenta uma ligeira queda em relação a 2010, quando foram movimentados US$ 60,7 milhões. Com base nesses dados, o cálculo é que em 2011 o Porto de Natal teve participação de 28% da movimentação financeira gerada pelos produtos exportados por via marítima, diferente do índice de 2,5% identificado na análise do Sebrae/RN. Sobre os US$ 176,9 milhões registrados no MDIC e apresentados pelo Sebrae/RN como o montante de exportações que movimentou o porto em 2005, a companhia diz não saber a origem do número, mas também não apresentou dados referentes ao ano em questão. A Codern também reiterou os números noticiados na edição de ontem do Diário de Natal, de que a companhia aumentou a geração de receita de R$ 5 milhões para R$ 8,5 milhões entre 2010 e 2011. O movimento de cargas ficou entre 350 mil e 400 mil toneladas nos dois últimos anos.
Pecém a frente
O número divulgado pela Codern eleva consideravelmente a participação do Porto de Natal em relação aos dados noticiados ontem, porém o Porto de Pecém, no Ceará, continua como líder na lista das portas de escoamento das exportações potiguares. O porto cearense movimentou US$ 105,8 milhões, ou 37,64% do total gerado pelos produtos exportados do RN em 2011. O Porto de Suape vem na sequência, tendo servido de escoamento para US$ 31,4 milhões, ou 11,19% de toda a pauta potiguar. O Porto de Areia Branca, por onde escoa a produção de sal do Rio Grande do Norte, lançou
US$ 7,6 milhões ao mercado internacional, ou 2,73% do resultado global do ano passado.
Investimentos
A linha de trabalho da Codern para superar os gargalos e aumentar a capacidade de movimentar cargas está em três projetos, de acordo com o que foi apresentado hoje na companhia. A primeira obra é o Terminal Marítimo de Passageiros, orçado em R$ 51 milhões, e que aguarda o término do processo licitatório para ter a ordem de serviço expedida, algo esperado para abril. O segundo projeto é ampliar 220 metros de cais a partir de um investimento de R$ 100 milhões, previstos no Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC2). Essa ampliação refletirá ainda na expansão de 8 mil metros quadrados da retroárea do porto, espaço para o desembarque de mercadorias e que hoje tem 40 mil m².
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