sexta-feira, 11 de maio de 2012

'Só pensava em salvá-lo', diz mãe que doou rim ao filho no Paraná

Rapaz de 19 anos foi diagnosticado com insuficiência renal crônica.
Rim, com 75% de compatibilidade, devolveu padrão normal de vida ao jovem.

Cassiane SeghattiDo G1 PR
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Neiva recebe o carinho do filho. 'Devo a vida a ela duas vezes', diz o rapaz (Foto: Cassiane Seghatti/G1)Neiva recebe o carinho do filho. 'Devo a vida a ela duas vezes', diz o rapaz (Foto: Cassiane Seghatti/G1)
Em Cascavel, no oeste do Paraná, a costureira Neiva Picoli, 41 anos, vai passar o Dia das Mães comemorando a recuperação do filho que precisou de um transplante de rim. Ela mesma foi a doadora. O drama começou em 2009, quando Vanilto Dipicoli, então com 19 anos, precisou passar por uma rotina de hemodiálise. A vida do jovem que antes era de trabalho e atividades físicas passou a ser moldada pelas sessões de filtragem do sangue.
Depois de seis meses sem sucesso no tratamento, o transplante foi a única saída encontrada pelos médicos. Assim que recebeu a notícia, Neiva foi a primeira a se candidatar a fazer os exames para saber se era compatível e nem pensou nas consequências. "Só pensava em salvá-lo”, falou emocionada.
A cirurgia, realizada em março de 2010, foi considerada um sucesso. O rim, com 75% de compatibilidade, devolveu um padrão normal de vida ao jovem. “Devo minha vida a minha mãe duas vezes. Eu não tenho como agradecer. É algo que não tem nem como dimensionar. Quando você pensa que pode perder a vida e vê a possibilidade de receber essa nova chance, é espetacular”, disse Vanilto, que depois de alguns meses de recuperação da cirurgia, voltou a trabalhar e jogar futebol, esporte que mais gosta.
Neiva contou ao G1 que desejava ver o filho tendo uma vida normal e que não via a hora de fazer a cirurgia para acabar com o sofrimento. “Eu fiquei com medo, mas eu tinha mais medo ainda de perdê-lo. E foi tão bom poder salvá-lo. Qual mãe não quer fazer isso pela vida de um filho, né?”
Neiva também é mãe de Lidiane Dipicoli, de 15 anos, e ainda cuida do marido. Após ser atropelado em 2004, uma parte do cérebro dele foi afetada e ele não pode mais trabalhar. “Há pouco tempo o médico pediu para meu marido não tomar mais medicamentos, mas, mesmo assim, tenho de cuidar para ele não sair sozinho, dar de comer, e ficar mandando fazer as coisas.”
Tantas dificuldades e empenho com a família não tiram o sorriso do rosto de Neiva. “É muito bom passar o Dia das Mães ao lado dos meus filhos. Eles são meus orgulhos, bênçãos de Deus. Eu gostaria de dizer a todas as mães que, se puderem ajudar as pessoas, ajudem. É uma alegria muito intensa”.
Neiva com os filhos: 'Eles são meus orgulhos, bênçãos de Deus' (Foto: Cassiane Seghatti/G1)Neiva (esq) com os filhos: 'Eles são meus orgulhos' (Foto: Cassiane Seghatti/G1)

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