quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Estudo registra aumento no número de cães intoxicados com maconha nos EUA

Pesquisadores relacionam a liberação da erva em alguns estados americanos com a maior frequência da ingestão acidental dos animais

Estudo registra aumento no número de cães intoxicados com maconha nos EUA

Depois que a Califórnia foi pioneira em legalizar o uso medicinal de maconha em 1996, mais 19 estados americanos liberaram o uso da erva. Coincidentemente, junto com a liberação da maconha em diferentes partes do país, aumentou também o número de casos de cães intoxicados.
Para checar se a situação era real ou não passava de uma simples coincidência, uma equipe de veterinários decidiu investigar a relação entre o uso medicinal de maconha e a intoxicação de animais domésticos. Depois de passar cinco anos (entre 2005 e 2010) coletando dados, os pesquisadores concluíram que, em geral, o número de casos de animais que são levados às pressas ao veterinário por causa da maconha quadruplicou.
Entre os sintomas, os animais que ingerem a erva acidentalmente costumam perder a coordenação motora, apresentam pupilas dilatadas, cansaço, tremores e podem ter alterações no ritmo cardíaco. Os sinais começam a aparecer entre 30 e 60 minutos após a ingestão e, dependendo da quantidade consumida, podem se recuperar naturalmente ou necessitar de acompanhamento médico.

Um problema crescente

Para chegar a essas conclusões, os veterinários analisaram 125 cães que passaram por centros veterinários em diferentes estados americanos e foram diagnosticados com intoxicação por ingestão de maconha. Desses, dois cães acabaram morrendo por causa dos efeitos da erva.
Teresa Watanabe, colunista do Los Angeles Timesrelatou em setembro deste ano o caso que vivenciou com um de seus cães. Felizmente, Monte, o cãozinho intoxicado, foi tratado e se recuperou bem, mas foi no consultório que a colunista entendeu a dimensão do problema.
Leia Castaneda, veterinária do San Gabriel Valley Emergency Pet Clinic, na Califórnia, disse que começou a notar o aumento nos casos em 2007. A grande maioria envolvia cães – mas também houve ocorrências com gatos – que comeram cigarros e bitucas descartadas, lamberam restos de cachimbos ou mesmo consumiram alimentos misturados com a erva.
Para garantir a saúde de Monte, Teresa precisou passar a noite no hospital veterinário e desembolsar 730 dólares (ou seja, mais de 1.600 reais) com exames, testes de laboratório, radiografias, análises toxicológicas, cateteres, remédios e hospitalização.
Logicamente, não são todas as famílias americanas que podem abrir mão de uma quantia dessas para tratar adequadamente seu animalzinho. Nesses casos, a recomendação de acordo com a BBC Brasil é deixar o cão em um local pouco iluminado e acompanhar os efeitos até que passem completamente.

Um alerta geral

Como a curiosidade dos bichinhos fala mais alto, a veterinária pede que os donos de animais guardem bem a maconha que tiverem em casa para evitar que eles cheguem facilmente até ela.
Ainda, quando houver a desconfiança de que o animal realmente possa ter ingerido a erva, a melhor alternativa é contar aos médicos para que as devidas providências possam ser tomadas com mais rapidez: “Nós não somos a polícia. Nós estamos aqui para ajudar os animais”, finaliza Castaneda.

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