Nove
pessoas foram presas acusadas de roubar caminhões de cargas nas
estradas de São Paulo. Mas o que chamou atenção da polícia foi um
equipamento que os bandidos usavam: uma mala conhecida pelo nome de
‘capeta’.
O equipamento bloqueava o rastreador por
satélite que permite localizar os caminhões. Os criminosos faziam pelo
menos um assalto por dia nas rodovias Presidente Dutra e Fernão Dias.
Foi em um posto de combustível em
Caçapava, no interior de São Paulo, que a polícia montou o cerco e
prendeu nove pessoas. Lá, ladrões entregariam um caminhão roubado aos
receptadores. O veículo tinha saído do Espírito Santo para entregar
placas de granito na Grande São Paulo.
“Nesse local houve um encontro entre o
grupo criminoso que efetivamente roubou o veículo e a célula formada
pelos receptadores que iriam recebê-lo. Foi então o momento que foi
possível realizar a abordagem e prender os dois grupos ao mesmo tempo”,
afirmou o delegado Guilherme de Castro Almeida.
Nos últimos três meses, segundo a
investigação da Polícia Federal, a quadrilha roubou um caminhão por dia
na Fernão Dias e na Via Dutra. E agia sempre do mesmo jeito. Até que os
veículos fossem entregues aos receptadores, no interior de São Paulo, os
motoristas eram mantidos em cativeiro. Às vezes por mais de 24 horas.
O aparelho chamado de “capeta” ou de
“capetinha” é tão perigoso quanto as armas usadas pelos bandidos. Os
ladrões vão com ele para a estrada. O equipamento bloqueia os sinais de
rastreadores e de celulares, em um raio de até um quilômetro. Com o
caminhão fora do alcance da empresa, começa a segunda parte da ação.
De outro veículo, um dos criminosos
avisa o caminhoneiro sobre um falso defeito, como pneu furado ou
vazamento de óleo. O motorista, ao parar no acostamento, é dominado.
No caminho entre o local do roubo até a
entrega aos receptadores, o “capeta” impedia a localização do caminhão,
até a quadrilha destruir o painel e desativar o rastreador. É a
tecnologia usada para o mal.
Os motoristas que foram vítimas de
assaltos na Dutra ou na Fernão Dias nos últimos meses devem procurar a
Polícia Federal para tentar identificar os bandidos. O número de vítimas
pode ser ainda maior.
Fonte: G1
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