segunda-feira, 26 de março de 2012

Henrique Alves rebate críticas e sai em defesa do Congresso

Líder do PMDB diz que não veste a carapuça do “toma-lá-dá-ca”; pouca a presidente de críticas, mas dispara contra auxiliares que "a informam mal".

Por Dinarte Assunção
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Elpídio Júnior
Henrique Alves: "não visto carapuça do toma-lá-dá-cá"
O deputado federal e líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, será o porta-voz na defesa ao Congresso Nacional, imerso em descrédito gerado por crise política em Brasília, agravada neste fim de semana após a presidente Dilma Rousseff dizer à revista Veja em seu governo não tolerará o “toma-lá-dá-ca”, prática fisiologista comumente associada ao Legislativo.

Em entrevista ao jornalista Josias de Souza, Henrique Eduardo Alves diz que decidiu ir à tribuna da Câmara na quarta-feira (28). “Decidi falar porque as coisas estão mal colocadas. Estão agredindo muito o Congresso. De repente, é tudo fisiológico, é tudo toma-lá-dá-cá. Estão generalizando as coisas. Alguém tem que falar. Estou no meu 11o mandato. Tenho 42 anos de Legislativo. Sei o que é a atividade parlamentar. Não é correto transformar o Congresso em símbolo do fisiologismo”.

E relaciona a crítica às emendas parlamentares: “Emendas orçamentárias não podem ser confundidas com toma-lá-dá-cá. Quem conhece o Legislativo sabe que o papel do parlamentar não se resume a votar leis. Nos municípios, o deputado é o interlocutor das pessoas mais carentes, das entidades mais distantes”.

E arremata dizendo que a crítica do toma-lá-dá-cá não lhe cabe: “Eu não visto a carapuça do toma-lá-dá-cá. Acho a prática condenável. Não sei a quem podem estar se referindo. O Parlamento que conheço recebe cerca de 3,5 mil pessoas por dia. Vão às comissões, ao plenário, aos gabinetes dos líderes. Representam instituições, os sindicatos”.

O líder do PMDB poupou a presidente Dilma das críticas, mas disparou contra auxiliares. “Não a critico. Minha crítica é àqueles que vão agradá-la informando mal a presidenta. Ela foi eleita com a nossa ajuda. Por mim, será reeleita. Mas no Parlamento todos foram eleitos também. Deve respeitar e ser respeitado. É lógico que tem parlamentar que presta e que não presta. É assim também no Executivo e no Judiciário. O que não se pode é tomar os maus exemplos pelo todo”.

Sobre a presidência da Câmara, posto que ambiciona, ele poupa novamente a presidente Dilma e critica "as deformações":  "Leio aqui e acolá informações atribuídas à presidenta Dilma. Tenho certeza de que não procedem, não podem ser da cabeça dela. Já conversei com ela sobre isso. Dizem que ela vai escolher quem será o candidato do PMDB à presidência da Câmara. Que deformação é essa? Como se fosse possível o Executivo escolher na bancada de um partido quem é o candidato desse partido à presidência de outra instituiçao, de outro Poder. Tenho certeza que isso não é da cabeça da presidenta Dilma".

E relacionou a crise política de Brasília à sua postulação: "De uma hora pra outra, tudo o que eu faço é porque quero ser presidente da Casa. Se ajudo o governo, é pra ter o apoio do governo. Se ajudo os ruralistas, é pra ter apoio dos ruralistas. Se é contra o governo, é pra ter o apoio da oposição. Isso não é informação, é deformação. Como tenho 42 anos de Parlamento, não me assusto. Não é hora de discutir esse assunto. No momento próprio, o PMDB tomará sua decisão".

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