Parlamentares
da bancada evangélica tentam reverter uma resolução do Conselho Federal
de Psicologia (CFP) que instituiu dois artigos proibindo psicólogos de
emitirem opiniões públicas ou tratar a homossexualidade como sendo um
transtorno.
De acordo com o líder da Frente
Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), o conselho
“extrapolou seu poder regulamentar” por querer “restringir o trabalho
dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação
profissional”.
Por outro lado, o Conselho de Psicologia
levanta a bandeira da autonomia da instituição, alegando que o projeto
poderia interferir nessa questão.
Segundo a Folha de São Paulo, o
presidente do órgão, Humberto Verona, entende que nas diretrizes
emitidas no projeto estariam normas éticas necessárias para combater o
que chamou de ‘intolerância histórica’. ”[Ninguém diz] ‘cansei de ser
hétero, vim aqui me transformar’”, alega Verona.
Já para o presidente da Associação
Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni
Reis, o que deve ser curada é a ‘síndrome de patinho feio’, e não ‘a
homossexualidade em si’. Em seu entender, somente o preconceito é que
leva um gay a buscar tratamento.
O relator do projeto, deputado e pastor
Roberto de Lucena (PV-SP), diz que é cruel deixar um indivíduo em
conflito ao léu psicológico.
Hoje, o projeto se encontra em análise
na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. A próxima etapa
será a discussão em audiência pública que pode acontecer nas próximas
semanas em Brasília.
Perseguição religiosa
Este não é o primeiro conflito
envolvendo conselho federal, religião e psicologia. Há cerca de um mês, o
Conselho Federal de Psicologia acatou uma denúncia contra a psicóloga
cristã Marisa Lobo por ela divulgar nas redes sociais que professa a fé
cristã até em palestras em que participa.
Segundo a própria psicóloga, que
divulgou o fato em seu Twitter, o Conselho Federal de Psicologia ameaçou
cassar seu registro de profissional caso não negue sua fé em Cristo. A
condição para evitar a cassação seria retirar de seus perfis nas mídias
sociais toda e qualquer menção à sua fé.
Marisa classificou a atitude como
perseguição religiosa. Muitos usuários das redes sociais emitiram apoio à
profissional, com incentivos à sua atuação, e manifestações de
indignação pelo ocorrido. Algumas manifestações questionaram se o
direito à liberdade de expressão, crença e culto, previstos na
Constituição Federal, não se aplicam ao estatuto do Conselho Federal de
Psicologia.
Marisa ainda aguarda o resultado do processo que está em andamento, sem previsão de conclusão.
Fonte: The Christian Post
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