quinta-feira, 17 de março de 2011

250 funcionários da Prefeitura de Joinville conhecem as dificuldades de quem tem deficiência

Grupo é submetidos a uma simulação para vivenciar limitações

Mariana Pereira | mariana.pereira@an.com.brSerá que Joinville enxerga as dificuldades vividas por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida? Para que quem trabalha com projetos nesta área na Prefeitura pudesse vivenciar essas limitações, 250 servidores estão passando por uma oficina de qualificação em acessibilidade.

Eles estão saindo da sala de aula e sendo submetidos a uma simulação. Alguns usam vendas, outros, cadeiras de rodas, muletas, óculos com lentes turvas e até pesos nas pernas, para sentir na pele situações cotidianas enfrentadas por pessoas com deficiência, como a dificuldade de andar por calçadas irregulares, cheias de obstáculos.

— O objetivo do curso, que começou segunda-feira e tem duração de três semanas, é capacitar servidores públicos de diversos setores (Seinfra, Ippuj, Conurb, secretarias e fundações), para que eles aprendam mais sobre conceitos e normas de acessibilidade e possam aplicar esses conhecimentos no dia a dia de suas atribuições —, explica o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Joinville (Comde), Mário Cezar da Silveira.

E quem está participando das turmas elogia a iniciativa.

— Esta é, sem dúvida, a melhor ação que já foi tomada, porque vivenciar os problemas é muito importante para entendermos, na prática, a importância de seguir as normas —, diz o gerente de sistema viário do Instituto de Planejamento Urbano (Ippuj), Vladimir Tavares Constante, que vivenciou as dificuldades enfrentadas por tetraplégicos e cegos.

— Só do Ippuj, 40 técnicos e fiscais estão participando desta formação, e outros 50 da Seinfra também estão recebendo a mesma qualificação, o que é importante, para que todos ‘falem a mesma língua’ e priorizem aspectos de acessibilidade —, afirma.

É o que esperam pessoas como Umbelina Neves Sabka, de 84 anos, que há três anos precisa da cadeira de rodas para se locomover. Na manhã desta quarta, ela recebeu a visita dos servidores municipais que participam do curso e relatou alguns dos problemas que enfrenta.

— Na minha quadra, não tem uma calçada adequada, todas são inclinadas e quebradas —, conta.

— Sei que é dever do proprietário manter a calçada, mas o poder público tem que fiscalizar e tornar obrigatório o cumprimento da lei —, diz a idosa, que mora numa travessa da rua Piauí, perto da faculdade Anhanguera, no bairro Bucarein, onde o curso está sendo realizado.

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