domingo, 20 de março de 2011

Em 20 minutos, Obama vê show e erra embaixadinha na Cidade de Deus

Passagem pela comunidade foi um dos 'eventos culturais' da visita.
Visita-relâmpago teve no aceno final um momento de descontração.

Marilia Juste e Tássia Thum Do G1, no Rio de Janeiro
Nem os tanques do Exército, nem o policiamento ostensivo intimidaram os moradores da Cidade de Deus em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na comunidade, crianças e idosos se espremeram em lajes na busca de um melhor lugar para ver a visita, que durou pouco mais de 20 minutos.
"É um momento gistórico para a gente", disse o motorista José Carlos Melo, de 50 anos, que passou a noite acordado em uma vigília por Obama com os vizinhos. "Vale a pena, é a nossa comunidade sendo valorizada", disse ele.
Por volta das 11h20, uma comitiva de mais dez carros luxuosos anunciavam a presença da família Obama na comunidade. No banco traseiro de um dos veículos, Barack e Michelle acenavam.
Obama tenta fazer embaixadinhas com as crianças da Cidade de Deus (Foto: AP) 
Obama tenta fazer embaixadinhas com as 
crianças da Cidade de Deus (Foto: AP)
Aos gritos de "Obama, Obama", o presidente e a esposa, acompanhados das famílias Malia e Sasha, entraram na Fundação de Apoio à Infância e Adolescência (FIA), para um espetáculo de percussão e capoeira, por crianças e adolescentes da Cidade de Deus. Logo na chegada, político cumprimentou pais e alunos, e se dirigiu a crianças que brincavam com uma bola. Arriscou embaixadinhas. Sem intimidade com a bola no pé, desistiu.
Na apresentação de capoeira e percussão, Obama se mostrou mais animado que o resto da família. A mulher e as filhas já haviam participado de um evento semelhante em Brasília no sábado (19).
Obama acenando (Foto: Alexandre Durão/G1) 
Obama acena para moradores que acompanhavam 
visitas das sacadas (Foto: Alexandre Durão/G1)
Antes de deixar a comundiade, Obama, de fora do carro, distribuiu acenos e sorrisos. A dona de casa Anderlúcia Nogueira, de 39 anos, levantou às 6 da manhã para reservar um melhor lugar na laje da vizinha. O sacrifício compensou, pois ela conseguiu ver o presidente de perto. "Mandei um beijo para ele e tenho certeza que ele acenou em retribuição. Estou muito contente."
Ele é um coroa vistoso. Um preto de tirar chapéu. Só queria que ele acabasse com a exigência de visto."
Tamara Rúbia, estudante de enfermagem
Para a estudante de enfermagem, Tamara Rúbia, de 20 anos, Obama é mais bonito e mais alto do que parece na TV. "Ele é um coroa vistoso. Um preto de tirar chapéu. Só queria que ele acabasse com a exigência de visto para universitários brasileiros. Sou estudante da UERJ e tive o visto negado para fazer um intercâmbio."
O artista plástico Edson Souza fez um curso de cinema nos Estados Unidos por seis meses e disse que jamais esperaria que Obama fosse um dia conhecer o bairro onde nasceu. "Fui muito recebido nos Estados Unidos e faço questão de receber
bem o presidente deles aqui."
No fim da curta passagem pela comunidade, o radialista Roberto Cavalcante, de 38 anos, atirou uma camisa da seleção brasileira sobre o carro de Obama, sem medo do Serviço Secreto americano. "Queria que ele tivesse uma lembrança boa do Brasil", contou.

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