O grupo de capoeira Meninos Capoeiristas de Natal, com sede no bairro do Bom Pastor, Zona Oeste da capital, tem muito a comemorar. Em abril, 11 componentes partem em turnê de apresentações pela Europa. Em 24 de maio um segundo grupo, formado também por 11 componentes irá ao velho continente. Os capoeiristas, quase todos mestres, vão à Holanda e Turquia, cumprindo seu papel no intercâmbio cultural firmado com a SOOS, uma ONG holandesa. Eles deverão passar cinco meses na Europa. "Vai ser uma experiência muito importante para todos", ressalta Reginaldo Silva, um dos dirigentes do grupo.
Apoiados por ONG holandesa, 22 capoeiristas visitarão a Holanda e Turquia Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press |
De acordo com Jean Aguiar, responsável pelos Meninos Capoeiristas, a ONG holandesa patrocina suas atividades desde 2008, enviando dinheiro para custear a estrutura do lugar e pagar os estudos dos capoeiristas mais aplicados: "Temos 24 alunos estudando em escola particular. Tudo pago por eles". O contato com os holandeses começou em 2005, quando Jean Aguiar, viajou para uma feira internacional de turismo. "Ali começou nossos contatos e somos parceiros até hoje." Segundo Aguiar, o repasse holandês ultrapassa a casa dos 20 mil euros.
No momento, um equipe formada por três holandeses está em Natal dando aulas de inglês a 19 integrantes da academia de capoeira.
Polêmica
A escola de capoeira tem 86 alunos, divididos em três turnos de aulas, diariamente, à tarde e à noite. Além das aulas gratuitas, os capoeiristas faziam shows para visitantes estrangeiros, como forma de complementar a renda. "A gente vendia o show para os gringos. Eles ainda compravam calças, as cordas e tudo ajudava na nossa manutenção", diz Jean. Segundo ele, os shows foram cancelados devido a uma denúncia da vizinhança junto à Semurb, devido ao barulho da música durante as apresentações.
Morador da vizinhança, Ivanildo Oliveira, justifica a denúncia. "Eles fazem baderna. Não sou contra a capoeira, só quero ter sossego." O aposentado afirma que as crianças, ao fim das aulas, ficam pela rua, gritando até tarde da noite. Jean Aguiar diz que a denúncia é infundada e que as apresentações acabavam cedo e todos iam para suas casas.
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