Os índices acionários da Ásia despencaram nesta terça-feira, após a bolsa de Tóquio ter registrado sua maior queda, desde a falência do banco Lehman Brothers. O desempenho assustador do mercado nipônico foi causado pela crise nuclear que se instalou no país, após os desastres naturais que atingiram o território japonês.
Desde 28 de abril de 2009, esta foi a maior baixa apresentada pela bolsa de Tóquio e a maior baixa porcentual desde o declínio de 11,4% em 16 de outubro de 2008, após a quebra do Lehman.
O movimento de venda se espalhou tanto entre os investidores locais como entre os estrangeiros e foi especialmente pesado no mercado futuro.
Embora a procura por baixos preços no final da sessão tenha ajudado o Nikkei 225 a sair de sua mínimas e preservar a sustentação em 8 mil pontos, o sentimento do mercado ainda é de cautela.
Em dois dias de operação de fortes perdass, a bolsa local perdeu 16% da capitalização de mercado, pois já havia cedido 6,18% na segunda-feira, diante das preocupações com as consequências do terremoto e do tsunami que atingiram o Japão na sexta-feira.
Para acalmar o mercado, as autoridades e o Banco do Japão (BOJ, banco central) ofereceram a injeção de mais 8 trilhões de ienes (US$ 97,94 bilhões) em fundos de mesmo dia. Na segunda-feira, o BOJ havia feito injeção recorde de 15 trilhões de ienes no mercado e duplicado seu programa de compra de ativos, de 5 trilhões para 10 trilhões de ienes.
A falta de indicadores na agenda dos Estados Unidos acabaram contribuindo negativamente para a já complicada situação japonesa, aumentando o pavor dos investidores no dia de negociações de hoje.
Desta forma, em Tóquio, o índice Nikkei 225 caiu 10,55%, para 8.605 pontos. Em Seul, o índice Kospi caiu 2,40%, para 1.923 pontos. Já em Xangai, o índice Xangai Composto recuou 1,41%, aos 2.896 pontos, e em Hong Kong, o índice Hang Seng apresentou acréscimo de 2,86%, fechando a sessão aos 22.678 pontos.
(Gabriel Nunes - Agência IN)
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