segunda-feira, 28 de março de 2011

Obama promete trabalhar para 'apressar' saída de Kadhafi na Líbia

Mas derrubada do ditador pode não ocorrer 'do dia para a noite', alertou.
Passagem do comando militar para a Otan será na quarta, disse presidente.

Do G1, com agências internacionais
  O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (28) que vai trabalhar em parceria com outros países para "apressar" a saída de Muammar Kadhafi do poder na Líbia. Mas ele alertou que isso pode não ocorrer "do dia para a noite".
Obama também confirmou que a transferência do comando das operações militares do país, dos EUA para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), vai ocorrer nesta quarta-feira.
O presidente dos EUA discursou na TV para prestar contas ao povo americano sobre a ação do Pentágono no país africano em crise.
Ele admitiu que seria um erro incluir a mudança de governo líbio na missão aliada, como ocorreu no Iraque. O americano frisou que o país não deve repetir na Líbia os erros que cometeu no Iraque.
O presidente americano afirmou que já é possível dizer que os bombardeios aliados, chancelados pela ONU, detiveram o avanço das tropas de Kadhafi sobre os rebeldes que tentam tomar o poder desde 15 de fevereiro e, desde então, vêm sendo duramente reprimidos pelas forças do governo.
"Nós atingimos suas defesas aéreas, o que pavimentou um caminho para uma zona de exclusão aérea", disse. "Nós atingimos tanques e instalações militares que estavam estrangulando vilas e cidades e nós cortamos boa parte de seus suprimentos. E, hoje à noite, posso dizer que nós paramos o avanço mortal de Kadhafi."
Obama voltou a dizer que os EUA têm interesses e valores em jogo na Líbia, e que eles serão protegidos.
"Conscientes dos riscos e custos de uma ação militar, somos naturalmente reticentes ao uso da força para resolver os problemas mundiais, mas quando nossos interesses e nossos valores são ameaçados, temos a responsabilidade de agir", declarou Obama em mensagem na TV.
"É isto o que ocorre na Líbia", disse, assinalando que "há gerações os Estados Unidos têm um papel único na segurança mundial e na defesa da liberdade".
Transição democrática
O presidente americano afirmou que a transição democrática na Líbia não será uma tarefa fácil, mas ele reiterou que o país "pertence aos líbios, e não a um ditador".
O americano disse que o encontro sobre a Líbia que será realizado nesta terça será focado em discutir qual o esforço político necessário para derrubar o coronel.
Obama disse que os EUA vão ter um papel de suporte à coalizão, providenciando inteligência, apoio logístico, ajuda em resgates de civis e "embaralhando" as comunicações do inimigo.
O presidente dos EUA, Barack Obama, fala sobre Líbia na noite desta segunda-feira (28) na National Defense University, em Washington (Foto: AP) 
O presidente dos EUA, Barack Obama, fala sobre 
Líbia na noite desta segunda-feira (28) na National 
Defense University, em Washington (Foto: AP)
Pouco antes da fala de Obama, a Casa Branca anunciou que ele falou com seus colegas de França, Reino Unido e Alemanha por teleconferência, e todos concordaram que Kadhafi deve sair do poder já.
Confrontos na Líbia 28/03 (Foto: Editoria de Arte / G1)

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