Seminário promovido pelos Diários Associados discute inserção da região na cadeia de exploração de petróleo
É no Nordeste que se deu início à exploração do petróleo no Brasil. Em 1948, antes mesmo da criação da Petrobras, o Brasil já tinha uma refinaria operando em Mataripe, na Bahia. No entanto, ao longo da história do país, a região foi perdendo relevância na cadeia de petróleo e gás, que passou a se concentrar no Sul e Sudeste. O pré-sal, estimado em até 16 bilhões de barris na faixa litorânea entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina, promete dobrar as reservas brasileiras. O desafio agora é fazer dessa descoberta uma oportunidade para o desenvolvimento mais amplo do país, trazendo de volta para a região os investimentos no setor. Ontem, os Diários Associados promoveram um debate do tema através do seminário "O Nordeste e o pré-sal", realizado no hotel Golden Tulip Recife Palace, no Recife, com patrocínio da Petrobras.
Economista Tânia Bacelar ressalta que produção de insumos para abastecer o setor deve ser explorado Foto: Lais Telles/Esp DP/D.A Press. |
O anúncio das três novas refinarias para a região, nos estados de Pernambuco, Ceará e Maranhão, é uma decisão estratégica. "De toda a cadeia, o refino é o que mais gera emprego. Mas não devemos focar só nos derivados. Hoje a produção metalúrgica, de materiais elétricos, de máquinas e de equipamentos está concentrada no Sudeste. Temos que ficar de olho nisso, porque esses setores serão acionados na exploração do pré-sal", afirma Bacelar.
"Foi observando essa necessidade, que foi criado o projeto Suape Global", relata Geraldo Júlio, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. Com o objetivo de criar um polo provedor de bens e serviços para a indústria de petróleo, gás, offshore e naval, o projeto tem atuado em diversas frentes, qualificando o empresariado local e atraindo empresas de fora de Pernambuco e do país. Segundo o secretário, investimentos como a Refinaria Abreu e Lima, a Petroquímica Suape e o Estaleiro Atlântico Sul já estão mudando a matriz econômica do estado. "O pré-sal não é o futuro. Já é uma realidade em Pernambuco", destaca Júlio.
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