quinta-feira, 14 de abril de 2011

Índice mostra crescimento de 0,32% na economia

BRASÍLIA - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,32% em fevereiro ante janeiro, para 142,14 pontos, de acordo com dados dessazonalizados divulgados pela autoridade monetária. Em comparação com fevereiro de 2010, o IBC-Br subiu 3,77% na série com ajuste sazonal e 6,98% na série sem ajuste -, mas vale lembrar que em fevereiro de 2010 houve menos dias úteis por conta do carnaval, que em 2011 caiu em março.

Ao divulgar o índice, ontem, o objetivo do IBC-Br é antecipar o número do Produto Interno Bruto (PIB), que é divulgado com maior defasagem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os números do BC, o índice de atividade subiu 6,83% na média dos 12 meses encerrados em fevereiro, em comparação com a média dos 12 meses anteriores. No acumulado do primeiro bimestre de 2011, o IBC-Br registra alta de 0,83% ante o número de dezembro de 2010 e de 0,87% em relação ao último bimestre do ano passado. Na comparação com o período de janeiro e fevereiro do ano passado, o indicador registra alta de 4,17%.

No trimestre encerrado em fevereiro, o IBC-Br registrou alta de 1,01% ante os três meses imediatamente anteriores, considerando-se a série dessazonalizada. Em termos anualizados, isso representa uma alta em torno de 4,1%.

Para a economista-chefe da consultoria Rosenberg Associados, Thaís Zara, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostra que a economia ainda está aquecida. Segundo ela, um crescimento trimestral acima de 1% mostra um ritmo ainda forte para uma economia, que precisa desaquecer para reduzir pressões inflacionárias.

Thaís explicou que os dados, somados ao efeito carregamento previsto para o ano, apontam para um crescimento mais em torno de 4,5% do que abaixo de 4%, o que seria, na visão dela, necessário para conter os preços. Ela lembra que apesar de 4% já não ser um ritmo tão intenso quanto se verificava até o ano passado, esse número ocorre sobre uma base grande, que é a alta de 7,5% do PIB em 2010.

Além disso, a economista lembra que o número do PIB (que o IBC-Br tenta antecipar) tem o chamado vazamento externo, que é quanto o ritmo de alta das importações reduz o resultado geral da economia. Thaís considera que este ano o vazamento externo reduzirá o PIB em 1,5 ponto porcentual. “O vazamento externo ajuda a conter a pressão sobre bens comercializáveis, mas o restante dos preços segue pressionado pela demanda interna”, disse.

A economista afirmou esperar uma desaceleração maior da economia, em resposta às medidas já tomadas, para a casa de 0,5% por trimestre. “É preciso ver se isso será suficiente”, afirmou Thaís, que segue apostando em uma alta de 0,5 ponto porcentual na taxa Selic na semana que vem, encerrando o ciclo de elevação dos juros básicos. “A partir daí, o BC vai observar e analisar se serão necessárias mais medidas macroprudenciais”, afirmou.

Fluxo cambial vira e tem saldo negativo no primeiro trimestre

Depois da forte entrada de dólares no País até março, o fluxo cambial virou e fechou negativo em US$ 14 milhões em abril até o dia 8, segundo dados do Banco Central (BC). Nas últimas duas semanas, o governo elevou duas vezes o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente sobre empréstimos externos, justamente para conter a entrada de capital externo no País.

O fluxo financeiro (que contabiliza investimentos, remessas de lucros, empréstimos, entre outros itens que não fazem parte da balança comercial) apresentou em abril, até dia 8, saldo positivo de apenas US$ 80 milhões, resultado de entradas de US$ 10,571 bilhões e saídas de US$ 10,491 bilhões.

O fluxo comercial, por outro lado, ficou negativo em US$ 94 milhões em abril até dia 8, com exportações de US$ 4,560 bilhões e importações de US$ 4,654 bilhões. No ano até o dia 8 de abril, o ingresso de dólares já soma US$ 35,578 bilhões. Esse fluxo de dólares é superior ao volume registrado de todo o ano passado, quando o Banco Central registrou um saldo positivo de US$ 24,354 bilhões para o País.

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