Meios tem R$ 3,5 milhões

A juíza Rossana Alzir Diógenes, da 13ª Vara Cível de Natal, determinou a citação por edital (quando é feita através do Diário Oficial da Justiça) dos possíveis sócios do Movimento de Integração e Orientação Social (Meios), para que se manifestem sobre as intervenções realizadas na Ong, inclusive sobre um montante de R$ 3,5 milhões encontrados nas diversas contas espalhadas por bancos da capital. Com a mudança do estatuto – antes do governador e  seu vice eram sócios natos – não há, pelo menos aparentemente, responsáveis diretos pela organização. Os membros que formavam o Conselho de Administração renunciaram ano passado, enquanto que os membros da diretoria possuíam um mandato que se encerrou em 31 de dezembro do mesmo ano, sem que tenha sido convocada uma Assembléia Geral para eleição dos novos diretores da entidade, como determina o estatuto. “É necessário saber se o Meios vai continuar a existir ou se será extinto”, enfatizou a magistrada.

Um levantamento inicial, realizado pelo administrador Marcos Lael, interventor nomeado a pedido do Ministério Público, constatou que a instituição não depende somente do convênio do Executivo, cujo cancelamento se deu no início do atual governo. Rossana Diógenes explicou que pelos menos outras duas parcerias existem: a da Prefeitura de Natal e a do Banco do Brasil. Esta última é responsável pelo pagamento dos menores estagiários que trabalham na ong.

Ela determinou  algumas diligências a serem feitas pelo interventor, como um relatório minucioso sobre o patrimônio do Meios, funcionários, responsáveis diretos e saldo financeiro. Já se sabe que o montante de R$ 3,5 milhões encontrados não inclui os R$ 2,5 milhões repassados pelo governo do Estado destinados ao pagamento dos salários atrasados dos funcionários. Eles não eram remunerados desde novembro do ano passado. O depósito, referente a novembro e dezembro, foi repassado às contas salários no último dia 8 de abril.