domingo, 17 de abril de 2011

Reajuste deve gerar bons negócios em Mossoró


Mossoró - Na semana passada, as famílias inscritas no programa Bolsa Família começaram a receber os benefícios com os valores reajustados. Desde 2009 isso não ocorria. Em todo o país, o reajuste médio foi de 19,4%. Em Mossoró, 17 mil famílias são beneficiadas pelo Bolsa Família. Há pouco mais de um mês esse numero era de 16 mil famílias. A constante atualização de cadastros e inclusão de novas famílias fez que esse número aumentasse nesse período.

Os valores do benefício vão de R$ 33,00 a R$ 245,00. Em média, cada brasileiro participante do programa recebia até o mês passado R$ 125,00. Hoje, com esse reajuste, o valor passa a R$ 134,00 por família. Desta forma, o Governo Federal fazia um repasse mensal, baseado nessa primeira média e na quantidade de beneficiários, de R$ 2 milhões à Prefeitura de Mossoró para o pagamento do Bolsa Família.

Com esses novos dados, o repasse passa a ser de R$ 2,.2 milhões, uma diferença de R$ 275 mil que representa um aumento médio de R$ 16,00 por beneficiário.

Pode parecer pouco, mas esse reajuste trará grandes diferenças tanto para quem recebe o benefício quanto para a economia mossoroense, conforme explica o economista Franklin Filgueira. “Essa injeção de R$ 275 mil na economia local vai promover uma crescimento na demanda. São R$ 275 mil que serão gastos comprando. Esse dinheiro do Bolsa Família costuma ser empregado em comida. Não é um dinheiro que vai ficar guardado. Ele é gasto comprando. Esse gasto gera lucro e movimenta vários setores. Em média, isso vai significar a geração de R$ 800 mil de negócios. Esse fenômeno é conhecido como “efeito multiplicador”. É um dinheiro que vai se multiplicar no mercado”, explica Franklin.

Já para os beneficiados pelo programa, a diferença, que parece ser ainda menos significativa, engana. “Para quem gasta R$ 80,00 num restaurante com almoço, R$ 16,00 não representa nada. Mas para quem não tem esse costume, para quem precisa, isso pode trazer uma diferença boa. Com R$ 16,00, você pode comprar 8 litros de leite, por exemplo, ou 2kg de pão, que daria para uma família se alimentar por cerca de 10 dias. Então, isso é muito significativo para estas pessoas, sim” explicou Franklin.

Para a diretora integral de Assistência Social do Município, Irenice de Fátima, essa é mais uma conquista para as populações de baixa renda. “Vai ser muito significativo, sim. As pessoas costumam olhar o Bolsa Família com maus olhos, porque dizem que vicia, que as pessoas acabam se acomodando, que gastam o dinheiro com besteira. Mas todos que recebem passam por uma série de convocações para revisão, cumprem obrigações com o governo para manter os filhos na escola. Então, desde o ano passado existe um decreto que assegura a essas pessoas o direito de gastar esse valor com que elas quiserem. É uma forma de inclusão na sociedade para que essas pessoas não se sintam tão à margem. Quem pode dizer que possuir um par de sandálias não é uma necessidade? E isso é bom para a economia porque gera lucros em outros setores”, explicou.

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