Venda de 'swaps cambiais' não era realizada desde 26 de junho de 2009.
Da oferta total de US$ 5,6 bilhões, US$ 2,71 bi foram vendidos pelo BC.
Com a persistente alta do dólar, que está oscilando nesta quinta-feira
(22) ao redor de R$ 1,90, o Banco Central anunciou que realizaria a
oferta de contratos de "swap cambial" tradicionais - que equivalem à
venda de divisas no mercado futuro.
Do valor de até US$ 5,6 bilhões da oferta em contratos de "swap", US$
2,71 bilhões (cerca de metade da oferta), foram vendidos pelo BC. Após o
fim do leilão, o dólar diminuiu sua alta frente ao fechamento desta
quarta-feira (R$ 1,85). Depois da abertura, na manhã de hoje, chegou a
ser cotado em R$ 1,95.
Este tipo de operação, que tende a amenizar as pressões de subida do
dólar no mercado à vista, não era realizado desde 26 de junho de 2009,
quando o Brasil ainda sentia os impactos da primeira etapa da crise
financeira internacional.
Os "swaps cambiais" são contratos entre o Banco Central e instituições
financeiras no mercado futuro, negociados via BM&FBovespa, nos quais
a autoridade monetária é vendedora de dólar a uma determinada taxa
pré-estabelecida. Nesta quarta-feira, a autoridade monetária já havia
informado que deixaria de rolar vencimentos de contratos de "swap cambial reverso" - que equivalem à compra de moeda norte-americana no mercado futuro.
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Posição comprada do BCAté esta quarta-feira (21), o BC ainda estava "comprado" em US$ 8,34 bilhões no mercado futuro de câmbio. Com a não rolagem dos vencimentos, e agora com o reinício da venda de contratos de "swap cambial", essa posição recuará.
Em outubro, novembro e dezembro, respectivamente, vencem US$ 1,98
bilhão, US$ 910 milhões e US$ 150 milhões em contratos de "swap cambial
reverso". A posição comprada da autoridade monetária no mercado futuro
voltou a crescer somente em 2011, ou seja, com o início do mandato da
presidente Dilma Rousseff e, também, de Alexandre Tombini no comando da
autoridade monetária.
Até o fim do ano passado, o Banco Central estava "zerado" no mercado
futuro, ou seja, sem operações ativas. Entretanto, com a forte entrada
de divisas na economia nos primeiros meses deste ano, a autoridade
monetária voltou a ofertar contratos de "swap cambial reverso" - apesar
da reticência de alguns analistas sobre a eficácia deste tipo de atuação
na cotação do dólar.
Fluxo cambial
Números divulgados pela autoridade monetária também nesta quarta-feira revelam que os dólares continuaram ingressando na economia brasileira em setembro, embora o ritmo de entrada de divisas no país tenha caído na semana passada. A entrada de recursos no país, segundo analistas, teoricamente favoreceria a queda do dólar, e não o seu aumento.
Números divulgados pela autoridade monetária também nesta quarta-feira revelam que os dólares continuaram ingressando na economia brasileira em setembro, embora o ritmo de entrada de divisas no país tenha caído na semana passada. A entrada de recursos no país, segundo analistas, teoricamente favoreceria a queda do dólar, e não o seu aumento.
Especialistas, entretanto, apostam que a alta do dólar, verificado nos
últimos dias, seria transitória. Sidnei Moura Nehme, da NGO Corretora,
argumenta que a alta recente do dólar está ligada a especulações
justamente no mercado futuro (derivativos) - no qual o BC acabou de
informar que não ofertará mais contratos de "swap cambial reverso".
"A alta que verificaríamos seria pontual e não sustentável. No nosso
ponto de vista, nada mudou em perspectiva, não teremos nenhum terremoto e
nem se justificam os alaridos magnânimos que assistimos, ouvimos e
lemos hoje em torno do assunto. Não há, no nosso entendimento,
fundamentos críveis que possam levar o real a uma depreciação
expressiva, e, dentro do conceito flutuante, deve ter a curva apontando
para um preço no intervalo de R$ 1,60 a R$ 1,65 ao final do ano",
avaliou Nehme em comunicado.
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