Movimento durou 111 dias. Prejuízos para o ano letivo foram muitos, inclusive o Processo Seletivo foi adiado para março de 2012.
Por Rayane Guedes
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Foto: Divulgação
Movimento durou 111 dias.
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Após
111 dias de paralisação chega ao fim a greve dos professores da
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. A decisão foi tomada em
assembleia da categoria na manhã de hoje (14), na cidade de Mossoró.
De acordo com o presidente da Associação dos Servidores da UERN
(Aduern), professor Flaubert Torquato, a categoria considerou que não
havia mais condições de negociar com o governo. "Ainda tivemos que lidar
com o pedido de ilegalidade, impetrado pela Procuradoria Geral do
Estado, sem falar no risco de perda do semestre letivo", explica.
O professor garante que a decisão não partiu de uma proposta do Governo,
mas, mesmo assim, a associação acredita que alguns dos pontos da pauta
do movimento grevista conseguiram resultado positivo. "A gente
compreende que o já foi proposto pelo Governo está garantido, isso nos
foi dito pelo próprio reitor da UERN e pelo procurador Miguel Josino,
que negociavam o tempo todo com a assessoria jurídica do sindicato",
conta Flaubert.
A reposição salarial conquistada é de 27,7%,
quase 4% maior do que solicitado no início do movimento. O aumento será
feito de forma escalonada em três anos. "Os pagamentos serão feitos
10,65% em 2012, 7,43% em 2013 e os 7,43% restantes em 2014,
representando um total de R$ 34 milhões ao longo desses três anos",
disse o secretário de Estado da Administração e dos Recursos Humanos,
Anselmo Carvalho.
De acordo com o presidente da Aduern, o reitor da Universidade garantiu
que Governo vai iniciar o descontingenciamento da verba da UERN, os
primeiros repasses devem ainda ser acrescidos de R$ 1 milhão para
custeios e R$ 2 milhões para investimentos.
Com o fim da paralisação, a pró-reitoria da UERN trabalha agora na
elaboração de um novo calendário acadêmico. A greve atingiu 34 dias
letivos do primeiro semestre de 2011, que deverá agora ser concluído até
o fim do mês de Outubro.
O segundo semestre deve começar no início de Novembro com o término para
o mês de Março. "Diferente do que andam insinuando há um compromisso do
corpo docente de cumprir os 100 dias letivos de ambos os semestres que
foram prejudicados pelas greves", reforça o professor Flaubert.
Mesmo com a decisão de voltar às atividades, os servidores garantem que a
luta continuará, agora concentrada na elaboração de um novo modelo de
financiamento para a Universidade. "O atual modelo com definição através
do governo está exaurido, está esgotando a capacidade de crescimento da
UERN"
De acordo com o novo modelo de gestão do Governo do RN, professores,
funcionários e alunos da UERN devem formar uma mesa constante de
negociação para a evolução das condições de investimento, infraestrutura
e salário da instituição.
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