sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A bola da vez


Campanhas para o batismo da sucessora da Jabulani começam a ganhar adeptos na internet brasileira
Tiago Cisneiros

Superesportes


Mais de 13 milhões de Jabulanis foram vendidas em todo o mundo durante a Copa da África. Foto: Gustavo Moreno/CB/D.A Press
Há quem pense que ela dispensa apelidos. Que a relação com ela é de pele, de toque. Que palavras são desnecessárias. Há quem pense# Não é o caso da Fifa, nem da sua patrocinadora, a Adidas. Desde 1998, a empresa de material esportivo vem investindo em desenhos e cores diferenciados para as bolas das Copas do Mundo. Em 2010, no entanto, não foi o design da pelota que chamou a atenção. Foi o nome. Mesmo criticada por jogadores e treinadores, a Jabulani atiçou a curiosidade e conquistou a simpatia de torcedores em todo o planeta. Natural, portanto, que haja expectativa em torno do "batismo" da bola oficial de 2014, sobretudo por causa da tradição futebolística e da diversidade cultural e ambiental do Brasil.

Até o fim de junho de 2010 (mês da Copa), mais de 13 milhões de Jabulanis haviam sido vendidas no planeta. A razão? Provavelmente o nome ("celebrar", no idioma Bantu isiZulu), já que, pela qualidade, o modelo só recebeu críticas, tanto de atletas, quanto de treinadores. O goleiro Julio Cesar, do Brasil, por exemplo, a chamou de "horrível", comparando-a com "as bolas vendidas em supermercados".

O bom resultado financeiro da Jabulani deve estimular a Adidas - que fabrica as bolas oficiais das Copas desde 1970 - a apostar em novos nomes excêntricos. Por enquanto, a empresa não fala muito sobre a "estrela" de 2014. Em nota, explica apenas que irá "considerar todos os fatores que tenham identificação com o povo, a história e a cultura" do país-sede. Afirma ainda que reconhece, no Brasil, "inúmeros fatores culturais que podem ser utilizados como inspiração" para o batismo.

A Adidas, inclusive, admite levar em conta as "recentes manifestações espontâneas que têm tomado proporções consideráveis nos canais de mídia". Entre elas, está a Campanha Gorduchinha 2014, que já tem até um site próprio (www.gorduchinha2014. com) e mais de 4,5 mil "curtidas" no Facebook. A ideia dos adeptos, como Cafu e Zico, é batizar a bola oficial da Copa com o apelido usado pelo ex-narrador de futebol Osmar Santos, famoso pelo bordão "Pimba na gorduchinha!".

Outra opção que vem ganhando força é Caramuri, nome de uma fruta amazônica ameaçada de extinção. O projeto, em breve, deve ganhar um site oficial. Segundo o bancário aposentado Beto Mafra, responsável pela sugestão, os caramuris só florescem de quatro em quatro anos, coincidindo com o período das Copas do Mundo. Na semana passada, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, e o governador do Amazonas, Omar Aziz, declararam simpatia pela ideia.

Eleição
Os treinadores Zagallo, Parreira e Marcos Paquetá também deram seus palpites: Copa Brasil, Samba e Ginga, respectivamente. Segundo a Adidas, apesar dos boatos de que pode haver uma eleição popular, ainda não existe definição da forma de escolha, tampouco previsão de data para o anúncio do nome.

Nenhum comentário: