Lei Seca fecha o cerco no RN

Operação Verão realizou 3.100 testes de bafômetro desde o dia 23 de dezembro, recolhendo 395 CNHs

Sérgio Henrique Santos // sergiohenrique.rn@dabr.com.br

Comandante do CPRE garantiu continuidade da Operação Lei Seca após o verão. Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press

Se depender das pretensões do Governo do Estado, está fechado o cerco contra os condutores alcoolizados. Os dados parciais da Operação Lei Seca, que integra a Operação Verão, foram divulgados ontem e mostram que em pouco mais de um mês, entre 23 de dezembro e 31 de janeiro, foram feitos 3.100 testes de bafômetro e 395 carteiras de habilitação foram apreendidas. No total, a Operação Verão realizou 5.300 abordagens a veículos (3.100 carros e 2.200 motos), constatando 81 crimes de trânsito e recolhendo 161 motos ao pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). 60 CNHs vencidas também foram recolhidas.

Dados do SAMU mostram redução de 60% no número de ocorrências na região metropolitana após aperto da fiscalização. Foto: Fabyana Mota/ON/D.A Press

Cerco fechado porque, de acordo com as palavras do comandante do Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE), coronel Francisco Canindé de Freitas, sua equipe só vai sossegar quando, "numa grande operação, o número de CNHs apreendidas chegar a zero". De acordo com o coronel, a Operação Verão da Secretaria Estadual de Segurança (Sesed) termina após o Carnaval."Mas a Operação Lei Seca continua", garante.

A continuidade do trabalho começa desde já, com a repetição das abordagens no próximo final de semana na saída do Circo da Folia, que reúne milhares de pessoas em Pirangi, Parnamirim. "Na operação da semana passada usamos 30 bafômetros e 30 homens. Na próxima avaliamos usar 50 bafômetros e pelo menos 50 homens. Durante cinco horas, vamos abordar todos os veículos", adiantou o tenente Eann Styvenson Valentim Mendes, coordenador da operação, chamado entre os colegas de farda como 'Super-Homem'. Embora reconheça que é destemido, ele dispensa a alcunha e credita ao CPRE o sucesso da operação, justificando: "Os números atestam que estamos fazendo o correto, salvando vidas. Isso nos deixa muito satisfeitos".

Apesar do transtorno causado por causa do gigantesco engarrafamento que se forma na saída da festa - uma das maiores da temporada e que neste final de semana terá como atrações principais Asa de Águia e Ricardo Chaves - o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) já registra redução de 60% no número de ocorrências na região metropolitana.

Parcerias
Além do SAMU, o CPRE conta com vários parceiros para realizar a Operação Lei Seca: Polícia Rodoviária Federal (PRF) e secretarias de Trânsito e Transporte de Parnamirim (Setra) e de Mobilidade Urbana de Natal (Semob). Na Operação Verão, também conta com ajuda do Corpo de Bombeiros na segurança dos banhistas na orla marítima.

Todos os representantes ressaltam a intenção de coibir os abusos da combinação álcool/direção e combater as imprudências dos motoristas ao volante. Os números da operação foram apresentados pela Sesed no auditório da Emater. "Não vamos descansar. Nossa principal filosofia é preservar vidas", declarou o secretário, Aldair da Rocha. "A fiscalização chegou pra valer e a população precisa ter consciência disso", ressaltou o inspetor Everaldo Morais, da PRF.

O empresário Marcelo Moura, pai do estudante Alan Almoedo Moura, que morreu no ano passado aos 17 anos em um acidente de trânsito na Av. Hermes daFonseca, colaborou com na Operação Lei Seca com a campanha "Paz no Trânsito", idealizada por ele e pela mulher, Andréa Almoedo. "Fazer uma campanha assim está sendo a cura da minha família. Até hoje espero meu filho voltar pra casa. Se passar um final de semana sem ir aos bares, restaurantes e festas dizer para os jovens do perigo que é beber e dirigir, tenho certeza que enlouqueço", desabafou.