Religiões
afro-brasileiras produziram um vídeo como direito de resposta coletiva
contra a Rede Record por discriminação às suas práticas religiosas.
O Programa das entidades afro poderá ser
exibido em breve pela emissora da IURD (Igreja Universal do Reino de
Deus). O grupo de comunicação que foi comprado pelo bispo Edir Macedo,
vem sendo alvo de protestos há algum tempo. No final do ano passado,
católicos acusaram a emissora de perseguição, mostrando reportagens que
“atacavam o catolicismo”. Surgiu assim, um movimento chamado “Brasil Sem
TV Record” no dia 16 de dezembro. Segundo a emissora, a iniciativa não
obteve êxito.
Além dos católicos, a mesma reclamação
também veio de um grupo de evangélicos petencostais, por causa de uma
reportagem exibida durante o ‘Domingo Espetacular’ sobre a prática de
“cair no Espírito”, que já é discutida entre os cristãos tradicionais e
petencostais há mais de 20 anos. Logo em seguida, vários pastores e
ministérios se demostraram descontentes com a abordagem da Record, em
especial o pastor Silas Malafaia, que chamou o programa de “palhaçada de
Edir Macedo contra os petencostais”.
As entidades afro-brasileiras abriram um
processo contra o canal de TV por ‘discriminação’. O Ministério
Público, em uma decisão inédita, autorizou as entidades a produzirem um
vídeo com “direito de resposta” que deveria ser exibido gratuitamente
pela Rede Record no final de 2011, mas a emissora recorreu da ação e
conseguiu adiar sua transmissão pelo menos, por enquanto.
Logo na abertura, o telespectador é
informado de que se trata de “direito de resposta concedido pela Justiça
Federal ao Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades
(CEERT), ao Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira
(INTECAB) e ao Ministério Público Federal, autores da ação contra o
enfoque negativo e discriminatório das religiões afro-brasileiras”.
O vídeo tem duração de quase uma hora e
foi produzido pela TV PUC e diversos representantes de entidades
afro-brasileiras, católicas, budistas e muçulmanas, além de
profissionais de comunicação e artistas participaram da gravação.
Intitulado “Diálogo das Religiões”, o
vídeo é basicamente um apelo pela convivência harmônica entre as
diferentes vertentes religiosas do país. Apesar de provocar indignação
em diversos segmentos religiosos, somente os seguidores afro entraram na
justiça e ganharam o direito de resposta. Daniel Teixeira, coordenador
do CEERT, diz que ainda não há muitas informações a respeito.
A Record não se pronunciou sobre o
assunto. Provavelmente, o caso ainda terá desdobramentos nos tribunais e
a emissora da IURD terá que transmitir o vídeo na íntegra.
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