segunda-feira, 11 de julho de 2011

Coordenadora do Sinte diz ser possível nova greve em 2012

De acordo com Fátima Cardoso, greve da educação estadual dura mais de dois meses pelo governo não estar disposto a atender reivindicações.

Por Silvia Ribeiro Dantas
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Rebatendo as afirmações da secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho - em entrevista ao Jornal 96 na manhã de hoje (11) -, a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (Sinte), Fátima Cardoso, afirma que a greve dura mais de dois meses pelo Governo não estar disposto a atender às reivindicações da categoria.

Além disso, Fátima disse já estar preocupada com a possibilidade de uma nova paralisação em 2012, já que a administração estadual informou que aumentará os salários no próximo ano, mas reluta em oficializar o reajuste.

Na visão de Fátima Cardoso, a secretária estadual de educação tem seus motivos para dizer que há intransigência por parte dos professores, mas o sindicato tem fatos concretos demonstrando que isso não é verdade. Segundo Fátima, foi pedido que o governo se comprometesse em apresentar o escalonamento de abril a agosto e pagar a parcela daqueles profissionais que não receberam em julho. “Mas, mesmo assim, não quiseram negociar”, conta.

Sobre a qualidade da educação estadual, classificada por Betânia Ramalho como ruim devido às constantes greves, a coordenadora do Sinte diz que não concorda, porque a Educação não é feita apenas pelas instituições de ensino e há interferências externas. “É o caso das condições de vida do aluno, que se tem um pai analfabeto dificilmente contará com um apoio em casa para desenvolver as atividades pedagógicas”, completa.

Fátima Cardoso classifica como lamentável o fato de não haver um plano estadual de educação e diz que as constantes paralisações são fruto do descaso do governo com a educação. “Não reivindicamos apenas salários, mas também melhores condições de trabalho para os professores e escolas mais adequadas para os alunos”, afirma.

A coordenadora do Sinte revela já estar preocupada com o ano letivo de 2012. De acordo com ela, o Governo do Estado já prometeu efetuar um reajuste de 21,76% no próximo ano, mas reluta em oficializar. “Eles dizem que pagam, mas não querem colocar no papel e assim não estão evitando uma nova greve. Falta a gestão pública tranqüilizar os professores, pois conhecemos como os governos trabalham e se ficar algum ponto dúbio, termina passando despercebido”, ressalta.

Negociação
O Sinte busca um uma nova reunião com a secretária de Educação e o secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes. “A intenção é conseguir que o encontro seja realizado ainda hoje, para debatermos como será feito o pagamento dos funcionários, do magistério e também dos professores”, afirma a representante dos educadores.

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