domingo, 17 de julho de 2011

Liga celebra 62 anos promovendo interiorização do tratamento

Instituição é destaque no combate ao câncer no Nordeste, atendendo principalmente através do Sistema Único de Saúde (SUS), em cinco unidades.

Por Silvia Ribeiro Dantas
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Foto: Divulgação/Liga
Instituição oferece atenção oncológica de alto nível para todas as camadas da população.
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A Liga Norte-riograndense Contra o Câncer completa 62 anos neste domingo (17) figurando como referência em tratamento oncológico na região Nordeste. Entretanto, mesmo com a posição de destaque, a instituição vem driblando dificuldades financeiras para ampliar sua rede de atendimento e disponibilizar assistência em cada vez mais lugares no Rio Grande do Norte.

A estrutura da Liga é composta por cinco unidades: o Centro Avançado de Oncologia (CECAN), o Hospital Dr. Luiz Antônio, a Policlínica, a Casa de Apoio Irmã Gabriela e o Hospital de Oncologia do Seridó. Nesses empreendimentos, são oferecidos serviços como radioterapia, medicina nuclear, diagnóstico por imagem e quimioterapia. E, mesmo sendo de direito privado, a instituição é voltada a oferecer atenção oncológica de alto nível para todas as camadas da população.

O superintendente da instituição, Roberto Sales, afirma ser importante ampliar a rede de atendimento, uma vez que a quantidade de pessoas que busca a Liga tende a aumentar nos próximos anos, por causa do movimento de envelhecimento da população que vem sendo percebido no Brasil durante as últimas décadas.

“Nos próximos 20 anos, o câncer deverá provocar mais mortes do que os males cardiovasculares, uma vez que o câncer é uma doença que tem maior incidência nos pacientes com idade avançada. Isso acontece porque, há algumas décadas a expectativa de vida no Brasil era de 30 anos, enquanto hoje já ultrapassa os 70 anos e é uma preocupação nossa, pois somos responsáveis praticamente por todo o tratamento do Rio Grande do Norte”, analisa Sales.

Realizando em torno de 57 mil procedimentos por mês, com aqueles realizados através do Sistema Único de Saúde (SUS) tendo representado quase 68% dos atendimentos em 2010, mais de 95% da arrecadação da Liga é oriunda do trabalho que a instituição efetua.

Foto: Divulgação/Liga
Mais de 95% da arrecadação da Liga é oriunda do trabalho que a instituição efetua.

“A Liga sobrevive às custas do seu próprio trabalho e está sempre no limite. Prestamos serviços para as secretarias estadual e municipal de saúde, convênios e pacientes particulares, e posso dizer que aquilo que agente arrecada é o que gasta, o que faz a nossa situação financeira ser um tanto desconfortável”, detalha o superintendente.

Para manter o pleno funcionamento da Liga, Sales considera importante que diferentes setores da sociedade ajudem a instituição, como governos e entidades ligadas ao comércio e à indústria. “Conseguimos investimentos em equipamentos e esperamos que esses novos investimentos possam nos possibilitar uma melhor realidade, daqui para frente. Mas a nossa grande dificuldade é conseguir financiar a manutenção da estrutura”, ressalta.

Interiorização do atendimento é meta da Instituição
A mais recente conquista da Liga é o Hospital de Oncologia do Seridó, erguido em Caicó, que será inaugurado no próximo dia 22, traduzindo o objetivo de interiorizar o tratamento contra o câncer e atender a demanda reprimida de pacientes do interior do Estado. O empreendimento deverá beneficiar a população de 300 mil habitantes, nos 25 municípios que compõem a região.
Foto: Divulgação/Liga
Com a unidade, muitos seridoenses não mais precisarão se deslocar até Natal para realizar um tratamento de combate ao câncer.

O hospital tem pleno funcionamento os setores de oncologia clínica (quimioterapia), além do atendimento ambulatorial em mastologia, cabeça e pescoço, urologia e cirurgia geral. Futuramente, o hospital contará também com estrutura completa para cirurgias, com 50 leitos para internação - sendo oito direcionados para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) -, cirurgias, serviço de hemodinâmica e alta complexidade em oncologia e cardiologia.

Com a unidade, muitos seridoenses não mais precisarão se deslocar até Natal para realizar um tratamento de combate ao câncer. “Hoje, em Caicó, há 180 pacientes de todo o Seridó fazendo quimioterapia. E eles só precisarão vir a Natal nos casos de cirurgia ou radioterapia, mas a maioria dos procedimentos pode ser feita perto de casa”, comemora Roberto Sales.
 

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