domingo, 10 de julho de 2011

Wilma esconde o jogo, mas deverá ser candidata a prefeita em 2012

Ex-governadora e ex-prefeita, presidente estadual do PSB condiciona sua participação na disputa em Natal ao apelo do povo.

Por Diógenes Dantas e Alisson Almeida
Tamanho do texto: A


Foto: Gerlane Lima
Embora continue escondendo o jogo, argumentando que “ainda é cedo” para tratar sobre eleições, a ex-governadora e presidente estadual do PSB, Wilma de Faria, emite sinais cada vez mais claros que disputará a sucessão da prefeita Micarla de Sousa (PV). “Eu sinto as pessoas me incentivando a uma candidatura”, declarou aquela que governou a capital potiguar três vezes e conhece como poucos os caminhos que levam ao Palácio Felipe Camarão.
A estratégia de Wilma de Faria, pelo que se lê das entrelinhas do seu discurso, é essa: não assumir a candidatura, preservando-se de possíveis ataques dos adversários, para, mais à frente, tentar voltar à Prefeitura de Natal nos braços do povo, ao melhor estilo Getúlio Vargas. Quando questionada sobre o assunto, a líder socialista sempre recorre ao “apelo do povo” para dizer que, se houver uma espécie de “clamor das massas”, aceita participar da disputa em 2012.
“Eu ouço o povo falar isso. Eu escuto ao pé do meu ouvido quando caminho, até no interior do estado, as pessoas me perguntando sobre o meu futuro e aqui, principalmente, eu sinto as pessoas me incentivando a uma candidatura”, disse, durante entrevista, na última quinta-feira (7), ao Jornal 96, transmitido pela 96 FM.
Foto: Gerlane Lima

Na semana passada, Wilma deu outra demonstração das suas intenções para o próximo ano. Ela chamou os vereadores do PSB de Natal para dizer que quer vê-los na oposição à administração do PV. Depois do enquadramento, os parlamentares concordaram em abandonar o limbo dos “independentes”, como se declaravam até então, para assumir uma postura mais combativa na Câmara Municipal.
Wilma reiterou que a oposição que o PSB faz à prefeita Micarla de Sousa é “responsável” e sustentou que não quer “massacrar” ninguém, numa referência aos índices recordes de reprovação ostentados pela atual gestora municipal. “Eu não quero fazer nenhum tipo de acusação à prefeitura que não tenha respaldo em relação aos fatos que estão sendo colocados”, enfatizou.
Wilma pregou, ainda, que não concorda com eventuais “ataques pessoais” contra a prefeita, mas não perdeu a chance de responsabilizar Micarla de Sousa pelo “caos” que julga predominar na cidade nos últimos anos.
“Nós sabemos que hoje a cidade do Natal tem inúmeros problemas. Você anda na cidade e vê desde as pessoas mais bem aquinhoadas até as pessoas mais simples reclamando de tudo, reclamando do lixo, da buraqueira na cidade, da falta de investimentos, do sistema de transporte de massas, do sistema de saúde, em todos os postos de saúde que não estão funcionando adequadamente. Então, há uma reclamação geral”, considerou.
Estrategista como é, Wilma está calculando bem cada passo, medindo cada palavra e se deixando levar pelo “sussurro” do povo e pelas “conversas ao pé do ouvido” antes de anunciar se será ou não candidata. Diz o ditado popular que, para bom entendedor, meia palavra basta. Nesse caso, além das palavras, as atitudes falam por si só. Façam, então, suas apostas.

Leia, a seguir, a íntegra da entrevista concedida pela ex-governadora aos jornalistas Diógenes Dantas e Marcos Alexandre:
Diógenes Dantas: A senhora é candidata a prefeita de Natal?
Wilma de Faria: Está muito cedo, Diógenes, para se falar em candidatura. Nós estamos ainda nesse ano refletindo sobre tudo o que aconteceu em 2010 e nos últimos anos. Ao mesmo tempo, estamos procurando trabalhar o partido em todos os municípios, para que nós tenhamos condições não só de fazer um trabalho de militância, com cada vez mais segurança, no sentido de aperfeiçoar e fazer um trabalho de capacitação das pessoas que estão à frente do partido em cada município. Estamos conversando com as lideranças municipais, porque no próximo ano a eleição é municipal, é necessário que se faça isso. Esse é o ano de trabalhar o partido. Próximo ano é o ano de agir, cada município vai ter seu candidato, cada local e cada região vamos tratar de uma forma diferente, de acordo com as pessoas que estão à frente do partido. No entanto, esse é o ano de capacitar. Essa foi a orientação geral promovida pela direção nacional do partido, através do governador [de Pernambuco] Eduardo Campos.
Foto: Gerlane Lima

DD: Mas a senhora há de admitir que o nome da senhora está colocado na cesta dos prováveis nomes da disputa.
WF: É claro, eu sei disso. Eu sei que se fala isso. Eu ouço o povo falar isso. Eu escuto ao pé do meu ouvido quando caminho, até no interior do estado, as pessoas me perguntando sobre o meu futuro e aqui, principalmente, eu sinto as pessoas me incentivando a uma candidatura.
DD: Isso lhe anima, professora Wilma?
WF: Isso na verdade me dá a condição de saber da importância que nós estamos exercendo na vida política do RN. Nós perdemos uma eleição, não foi fácil, mas faz parte da democracia. A minha obrigação, como alguém que lidera um partido, que liderou o estado, que está também disposta a liderar na oposição, é realizar aquilo que me compete hoje, que é fazer uma oposição responsável, auscultando a população e sempre vigilante.
DD: Na propaganda do PSB na TV a senhora tem dito que é oposição ao governo do Estado e também à Prefeitura de Natal. Com relação à Prefeitura de Natal, a senhora disse isso aos políticos que têm mandato [na Câmara Municipal] na reunião da semana passada?
WF: Claro. O que nós dissemos na televisão, que somos oposição responsável ao governo do Estado e à Prefeitura de Natal, eu tenho repetido isso inúmeras vezes, tenho reiterado. Tenho tido a postura de fazer uma oposição responsável, é minha obrigação. A gente sente que o governo, de repente, se sentiu muito forte do ponto de vista de não ter oposição, de ter uma imprensa que está dando apoio, essa história de dizer que as elites que estavam no governo perderam, como foram acusado os partidos que perderam a eleição, é exatamente o contrário. As elites políticas que se sentem assim estão no poder, querem trabalhar sem diálogo com a população, decidindo as coisas de forma monocrática, sem ouvir o povo, sem ouvir a população. Isso é muito ruim. Atacar a Assembleia [Legislativa], dizendo que tudo que foi aprovado foi ilegal, é uma coisa muito perigosa para o governo, porque é uma contradição que aconteceu com as pessoas que hoje estão no poder, mas ontem estavam na oposição e que diziam que os planos de cargos carreiras e salários eram legais, eram necessários e precisam ser aprovados.
DD: Antes de analisar essa questão mais aprofundadamente, gostaria de esgotar essa questão de Natal. Qual foi a determinação da senhora? É para deixar de apoiar a gestão de Micarla de Sousa?
WF: Claro que o nosso partido está na oposição e eu disse isso muito claramente aos nossos vereadores, como tenho dito a todos os militantes e todos os simpatizantes que me perguntam. Os vereadores são importantes, porque são agentes políticos que estão hoje com mandato e precisam exercer sua função com o maior rigor e com a maior responsabilidade. Nós sabemos que hoje a cidade do Natal tem inúmeros problemas. Você anda na cidade e vê desde as pessoas mais bem aquinhoadas até as pessoas mais simples reclamando de tudo, reclamando do lixo, da buraqueira na cidade, da falta de investimentos, do sistema de transporte de massas, do sistema de saúde, em todos os postos de saúde que não estão funcionando adequadamente. Então, há uma reclamação geral. Isso não significa que tenha que haver uma oposição irresponsável. Eu quero deixar muito claro que as pessoas não podem atacar as pessoas, todos nós temos que ter muito cuidado com relação a se fazer uma oposição responsável, democrática, algo que realmente leve ao benefício geral da população. Não adianta fazer a oposição pela oposição. Você tem que focar no ponto que precisa ser resolvido. A oposição pode ajudar, inclusive, as pessoas a terem uma vida melhor. As pessoas que estão à frente de uma gestão podem se beneficiar de uma oposição responsável. É esse caminho que nós queremos.
Foto: Gerlane Lima

Marcos Alexandre: O PSB tem uma bancada majoritária na Câmara, mas somente a vereadora Júlia Arruda faz oposição à prefeita Micarla de Sousa. Há também o caso do vereador Dickson Nasser...
WF: O vereador Dickson Nasser não vai ser candidato. Ele já disse que vai deixar a vida pública. Então, não vamos colocar o vereador Dickson Nasser, agora, no PSB, porque, na verdade, ele está saindo da vida pública, não só do PSB, como da vida pública. Agora, os demais vereadores, todos eles se prontificaram a assumir essa posição de oposição responsável. Evidentemente, aprovar os projetos que sejam em benefício de Natal. Esse foi o compromisso que eles assumiram conosco diante de todos os vereadores.
DD: Agora, a senhora fez referência a isso lá atrás, mas é bom sempre perguntar. A senhora tem duas pessoas muito ligadas a senhora na administração Micarla de Sousa. Eles estão licenciados do PSB. Mas e [como fica] a situação e Cláudio Porpino e Vagner Araújo?
WF: Eu já disse isso várias vezes, que nós somos contra a ida deles [para a administração municipal]. Eles acharam importante ir para ajudar, diante da situação de caos que Natal se encontra, mas eles tiveram que se licenciar do partido para ocupar esses espaços.
DD: Mas o recado serve pra eles, porque a gente sabe da ligação que eles têm com a senhora?
WF: Claro que serve. Esse recado foi dado a eles na hora em que houve a decisão. Na hora em que foi feito o convite, foi dito exatamente isso.
DD: Mas agora ele [o recado para ser oposição] é reforçado?
WF: Agora é reforçado porque a situação cada vez mais piora e nós precisamos ter uma posição uniforme. O partido precisa ter uma posição uniforme e de responsabilidade. O partido tem história, tem todo um comprometimento com a população em cargos importantes que o partido assumiu e deu conta do recado. Portanto, é necessário que todos cumpram a sua parte.
DD: Esse recado dado pela senhora na semana passada é um claro sinal que o PSB terá candidatura própria à Prefeitura de Natal, seja a senhora ou outro nome?
WF: Veja bem, não está decidido porque eu, pessoalmente, não planejei campanha para 2012 com relação a minha pessoa. Eu quero que o partido cresça e se fortaleça, o que não é fácil, a gente sabe disso, não adianta querer esconder essa realidade. Não é fácil num estado pequeno como o nosso Rio Grande do Norte, aqui na região Nordeste, crescer estando na oposição. Você precisa fortalecer bastante, fazer todo um trabalho de militância, acompanhamento em cada município para poder, realmente, [fazer] o partido crescer e se expandir. Trabalhar direito, fazendo tudo da forma mais democrática possível, passando para a população as necessidades da população, a discussão democrática que deve existir. A gente não tem partidos fortes nesse país, a gente sabe que é fundamental que isso passe a existir, mas não é fácil.
Foto: Gerlane Lima

DD: Haverá algum tipo de punição partidária para quem continuar apoiando Micarla, depois da recomendação da senhora na semana passada?
WF: Não, por enquanto a gente não definiu como será castigo, ou se haverá castigo (risos). Não há isso. A nossa preocupação é com a cidade, com a coerência do partido e com a unidade de pensamento que deve existir dentro do partido na capital do Rio Grande do Norte.
DD: Mas o descumprimento da sua recomendação não é o descumprimento de uma linha partidária? O partido não pode fechar questão e exigir isso dos seus filiados?
WF: Nós não estamos com isso definido, não. Não houve nenhuma reunião em que nós pudéssemos parar para punir, não. A nossa preocupação é que os vereadores cumpram a sua parte, que os nossos vereadores trabalhem nas comunidades, que levem os problemas pra serem solucionados, porque a situação é difícil. Eu não quero aqui também massacrar. Eu não quero fazer nenhum tipo de acusação à prefeitura que não tenha respaldo em relação aos fatos que estão sendo colocados. Até CEIs foram instaladas para, exatamente, fazer a investigação. Eu acho que é por aí que a democracia funciona e cada vereador pode fazer o seu papel em oposição, mas de forma democrática.
MA: Como foi a reação dos vereadores que vinham apoiando a prefeita Micarla? Eles reagiram bem, ou fizeram alguma ponderação dizendo que ficaria complicado mudar de posição agora?
WF: Ao contrário, eles queriam que a posição fosse uniforme.
MA: Mas já não era?
WF: Não era uniforme. É tanto que você acabou de dizer que um vereador... [não completou o pensamento] Uniforme do ponto de vista do posicionamento de todos. Os vereadores são preparados, têm experiência, estão trabalhando em favor de uma Natal melhor. No entanto, essa parte política precisa ficar também bem definida.
DD: Entre outras coisas, a atual gestão do governo do Estado tem acusado os governos passados, os governos de Wilma de Faria e de Iberê Ferreira, de terem aprovado uma série de planos de cargos dos servidores sem o amparo legal da lei e o descumprimento da Lei de responsabilidade Fiscal, porque foram aprovados sem a previsão orçamentária. O que a senhora tem a dizer a respeito?
Foto: Elpídio Júnior

WF: As pessoas que estão hoje no poder são as mesmas pessoas que mais apoiaram e incentivaram aumentos e planos de carreiras, foram favoráveis e assumiram compromissos. A campanha que foi feita pela atual governadora foi no sentido de apoiar os servidores e os planos de carreira. Isso foi muito bem feito e eu espero que agora no poder as coisas continuem a ser bem feitas, ou seja, que cumpra o que nós fizemos. Porque, na verdade, o que existia antes para os servidores era abono. Nós acabamos com o abono e passamos a tratar os funcionários com muita decência, discutindo a questão dos planos de carreira, que são direitos adquiridos que eles, ao longo da vida como servidores, vão aos poucos ganhando e vencendo as etapas, de acordo com o tempo e com as regras que foram pré-estabelecidas.
DD: Mas a Lei de Responsabilidade Fiscal exige previsão orçamentária. Isso foi respeitado e cumprido?
WF: Claro que foi. Não houve absolutamente nada [contra os planos]. O Tribunal de Contas não disse absolutamente nada. Ao contrário. O Tribunal de Contas tem uma resolução, onde coloca despesas com pessoal, retirando o imposto de renda e a contribuição da previdência, só colocando salário líquido dos servidores. Isso sendo colocado, você trazendo todos os poderes, vai ver que o poder Executivo tem direito a 49%, ficando o limite prudencial em quase 47%. Então, o poder Executivo está em melhor situação. Agora, existe do Tesouro, diante de um acordo que foi feito pelo Estado há 15 anos, um compromisso de que a LRF seja calculada de forma diferenciada, onde você coloca o salário bruto dos servidores. Aí sim, nesse caso nós estamos ali no limite prudencial.
DD: Mas por que o governo atual diz que não tem condições de cumprir o que foi aprovado no ano passado, aponta a questão financeira e a falta do Orçamento?
Foto Gerlane Lima

WF: É uma estratégia do governo, que já vem de muito tempo e faz parte da biografia da gestão da então prefeita de Mossoró [Rosalba Ciarlini] e hoje governadora de realmente colocar o servidor sem os seus direitos. Não dialogar, decidir as coisas de forma monocrática, se escondendo pra não dialogar. Isso é uma coisa que precisa mudar, não é possível isso. Nós não temos condição de ter hoje um serviço de assistência à população nas áreas de saúde, educação e segurança sem o diálogo com aqueles que precisam dar o devido apoio, porque são eles que implementam no dia a dia todas as ações dessas três áreas importantes para a vida do povo. Ninguém pode viver sem segurança, saúde pública nem sem educação pública. Então é necessário que se pense dessa forma. Aliás, para todas as categorias, porque isso funciona para todos os servidores do Estado. É necessário que se pense nessas áreas que são básicas e necessárias para mudar a vida do povo. É necessário que se pense que aqui é diferente. As pessoas estão querendo fazer todo um trabalho de militância e mostrar os direitos e exigir que esses direitos sejam cumpridos.
DD: Esse era o entendimento da então governadora [Wilma de Faria] quando enfrentou várias greves durante o governo?
WF: Esse sempre foi o meu entendimento, tanto que dialogamos. A própria governadora manteve com os servidores, com os presidentes de sindicatos, vários diálogos, eu estive na mesa, na hora do impasse eu me sentei à mesa, dialoguei e decidi com eles.
MA: Muito se falou que a senhora iria para a Sudene...
WF: Antes disso, Marcos Alexandre, desculpe, mas eu tenho que continuar a falar sobre assuntos que foram colocados essa semana e precisam ser esclarecidos. Eu achei absurdo o governo agora através do seu porta-voz dizer que os sindicatos são “facções radicais”, tentando desqualificar, da forma como estão também tentando desqualificar o nosso governo, estão trabalhando somente em cima das nossas ações e dos nossos projetos – está aí a Escola de Governo, a energia eólica, a estrada da Pipa, as estradas, as adutoras, tudo que eles colocam que estão fazendo ou vão fazer é em cima daquilo que nós deixamos, não tem nada de novo. Essas coisas precisam ficar muito claras. O porta-voz do governo falou mal dos servidores através dos sindicatos, falou mal da Assembleia, dizendo que a Assembleia aprovou de forma ilegal os planos de carreira, falou mal do empresariado, na hora em que disse que a Fiern não estava defendendo os interesses [do RN], quando eles estão é aumentando impostos. Aquele decreto dizendo que acabaram com os incentivos fiscais, não foi nada disso. Eles até aumentaram alguns incentivos, mas pra se adequar às regras deles até aumentaram as alíquotas.
DD: O porta-voz que a senhora fala é o secretário da Casa Civil, Paulo de Tarso Fernandes, que também falou mal das elites que tomaram conta do governo, fazendo uma referência aos governos anteriores.
Foto: Gerlane Lima

WF: Inclusive, na hora em que ele fala, fala em nome de quem está no poder. Ele fala de forma absurda. Ele fala dos trabalhadores, fala mal do empresariado, ele fala em ilegalidade e coloca o Proimport, que é uma coisa que foi considerada ilegal. O próprio Supremo [Tribunal Federal] disse que considera ilegal os incentivos às importações. Precisávamos dialogar mais, isso não pode ser jogado de cima pra baixo.
DD: Como a senhora entende esse clima de confronto do atual governo com esses segmentos, servidores, empresariado e partidos de uma maneira geral?
WF: É um clima preocupante, porque de repente acusando todo mundo, não só os gestores que estiveram no governo por terem feito esses planos de cargos. Na verdade, a população está sentido a diferença do diálogo democrático que tínhamos com todos. Hoje é muito ruim o que está acontecendo, porque você culpando o chefe da Casa Civil, quando ele é só um porta-voz, não é o responsável. Ele está replicando o que ouve todo dia o que ouve dos gestores que estão à frente do governo do Estado. Anunciou, inclusive, uma coisa política que não estava definida, que a governadora pode, ou vai apoiar Micarla de Sousa para prefeita de Natal.
DD: Já fora do governo, pelo Twitter, a senhora se manifestou sobre as dívidas atribuídas ao seu governo e ao governo Iberê Ferreira de Souza. A senhora ainda acha que o atual governo está fazendo caixa?
WF: O atual governo está fazendo caixa, não está querendo investir na vida dos servidores para que eles tenham cada vez mais motivação para trabalhar e consigam ser figuras que integram a gestão da coisa pública, para que tenhamos condições de mudar e melhorar os indicadores. Eu fico feliz porque, apesar de terem tentado de todas as formas desqualificar o nosso governo, a gente sente que a população começou a refletir sobre isso e eu ouço também no meu contato com o povo essa história de saudades do nosso tempo, do nosso governo, exatamente porque a nossa relação com a população e, principalmente, com os servidores, era muito boa. Essa questão do plano de cargos é uma questão de direitos que estamos colocando para hoje e para o futuro. Portanto, eu estou muito tranquila, porque a população está vendo que todos os recursos que foram gastos com divulgação para dizer o que vai ser feito, foi em cima de tudo o que nós deixamos, dos recursos financiados, dos recursos que foram conquistados numa parceira com o governo federal e de recursos próprios, porque o governo tem hoje capacidade para investir.
MA: Eu queria saber como está essa situação sobre a Sudene...
WF: Não, isso é uma coisa que não vamos discutir sobre isso porque a decisão é do governo federal. Eu, pessoalmente, diante de tanta responsabilidade que tenho com meu Estado, eu prefiro ficar aqui.
DD: Então, a senhora, hoje, descarta a possibilidade de assumir a Sudene?

WF: Descarto, porque eu estou aqui para fazer um trabalho e, se por acaso, houver uma mudança no curso das minhas intenções em relação a candidaturas, eu tenho pouco tempo então para fazer um trabalho. Na Superintendência da Sudene, são duas coisas importantes que a gente vai continuar lutando que é colocar o RN na Transnordestina e fazer um trabalho no sentido de que, apesar de o RN ter bons indicadores sociais, ser, por exemplo, o Estado que tem a melhor renda per capita do Nordeste, tem também bons indicadores econômicos, está aí a situação da geração de emprego e renda que deixamos durante o período em que estivemos no governo, o RN e o Nordeste precisam trabalhar a questão da pobreza. As regiões Norte e Nordeste têm os maiores índices de pobreza. É necessário se fazer esse trabalho, principalmente para a população que mora na zona rural, no semiárido, essa população precisa ser mais capacitada, precisa se fazer um trabalho na área de economia solidária, é necessário se trabalhar também essa capacitação para combater a pobreza.
DD: A demora na nomeação se deve ao fato de o PSB já posicionar com vistas a 2014, tendo até o nome do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como potencial candidato na eleição presidencial?
WF: Não, de maneira nenhuma. O governador Eduardo Campos se pronunciou como presidente do partido dizendo que não existia esse pensamento. (...) Essa coisa da Sudene está demorando muito e nós temos um compromisso com o Rio Grande do Norte em primeiro lugar.

Nenhum comentário: