sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cimento sobe de R$ 18 para R$ 24 no Rio Grande do Norte

Alta no preço é motivada pela quebra da máquina que produz cimento em uma das fábricas do Rio Grande do Norte.

Por Marília Rocha
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Foto: Divulgação
Revendedores e os depósitos estão sem estoque para essa semana.
O “menino dos olhos” da construção civil está com preços salgados no Rio Grande do Norte. Na última semana, o saco do cimento subiu de R$ 18,20 para quase R$ 24 resultando em 33% de aumento causando comentários negativos no setor de reforma e construção. O motivo apontado para o aumento de preço é a quebra da máquina de fazer cimento de uma empresa potiguar, que deixou os revendedores e os depósitos sem estoque para essa semana.

O déficit de cimento no Rio Grande do Norte e no Brasil é um problema discutido pela classe de empresários que acreditam que Mossoró e suas condições geográficas (de riqueza mineral no solo e qualidade para fabricação do cimento por causa do bom calcário) criam condições para formar um verdadeiro pólo cimenteiro.

Enquanto isso, as grandes empresas e os pequenos consumidores do cimento em obras em casa protestam com a falta do material da construção civil. Com a procura maior e a demanda de oferta menor, o resultado foi o aumento de preço.

O diretor de comunicação do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon), o engenheiro Carlos Luís, comenta que o cimento é o insumo principal da construção é um aumento como esse significa resultados imediatos. "O aumento do cimento na curva ABC terá reflexo de 1% no custo final de uma obra", explica o engenheiro.

Segundo Carlos Luís, as obras de infraestrutura, como construção de pontes e duplicação de BRs [como no caso da BR-101] sentirão um maior efeito. "No Rio Grande do Norte consumimos o cimento fabricado aqui, na Paraíba, em Pernambuco e no Ceará, mas ainda precisamos de novas fábricas para suprir o crescente mercado", destaca.

O engenheiro acredita que quando as duas novas fábricas que serão implantadas em na região Oeste entrarem em operação, o mercado ficará abastecido. "O cimento não pode ser estocado e devem ir as obras duas vezes por semana", comenta.

Mas o problema não para por ai. Com a falta do cimento, as construção sofrem com a diminuição do ritmo das obras e os conseqüentes atrasos na entrega de novos empreendimentos.

Para o vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio Grande do Norte, José de Arimatéia a falta de cimento é um problema comum, mas que não pode acontecer com um mercado de construção tão aquecido. “Não é para faltar cimento no Brasil. O consumo formal do cimento no país é na ordem de 35%, a indústria usa 10% e o resto do percentual são as pequenas reformas”, explica.

Para o vice-presidente que também é construtor, os primeiros resultados do aumento de mais de 30% serão sentidos nas pequenas reformas e a longo prazo, no preço dos novos apartamentos e empreendimentos, em uma reação em cadeia.

No Rio Grande do Norte, o problema da falta do material de construção é provocado pela grande procura e pela pequena quantidade de fabricantes.

A reportagem do portal Nominuto.com entrou em contato com as fábricas de cimento em Natal que não quiseram confirmar a informação de quebra do maquinário, mas os depósitos indicaram ser essa a explicação dada a eles. 
 

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