sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Até quando vamos conviver com os riscos de apagão?


Eu ainda morava em Brasília, no finalzinho da década de 90, quando começou o debate sobre a fragilidade do nosso sistema de transmissão de energia.

Naqueles tempos de governo Fernando Henrique Cardoso, os especialistas no assunto já alertavam para a necessidade de investimentos pesados no setor de energia para evitarmos um colapso total no sistema interligado de transmissão. As discussões continuaram na era Lula.

A economia do país já crescia mais do que o sistema de energia poderia suportar.

O resultado disso foi uma série de blecautes em vários cantos do país. Lembro de um que apagou quase todas as regiões, se não me engano, por volta do ano 2000-2001.

O Governo Federal foi obrigado a fazer uma campanha nacional para que as pessoas economizassem energia e assim pudessem contribuir para minimizar os estragos causados pela falta de melhorias no setor energético.

Nesta madrugada foi a vez de o Nordeste ser prejudicado por mais um apagão. Esse filme a gente já assistiu. Foram mais de quatro horas sem energia em todos os estados da região.

O chamado Operador Nacional do Sistema Elétrico, que integra todas as linhas de transmissão do país, não tem dado conta da demanda por energia. E vez por outra estamos sujeitos a ficar às escuras, no breu à mercê da própria sorte. Uma cidade sem energi elétrica vive um verdadeiro caos nos hospitais, nas ruas, nas fábricas, no comércio e nas residências com a falta de segurança pública.

A pergunta é: até quando vamos conviver com os constantes riscos de apagão?

O governo fez pouca coisa até agora para resolver de vez os problemas no setor. Os investimentos para diversificar a oferta de energia - com a construção de usinas termelétricas e eólicas - se mostram insuficientes. É evidente que precisamos avançar muito mais.

A presidenta Dilma Rousseff conhece muito bem o tema, pois já ocupou os cargos de secretária de energia no Rio Grande do Sul e de ministra das Minas e Energia.

Eu acredito que o apagão no Nordeste será um dos principais assuntos de sua agenda de trabalho nesta sexta-feira (4). E mais do que isso: a gente espera que ela encare essa questão como prioridade e que avançe nas soluções.

O apagão de hoje pode proporcionar ao Rio Grande do Norte negócios vultosos na área de energia eólica - a chamada energia dos ventos. Pelos leilões já realizados, o Estado tem demonstrado sua vocação neste setor.

Além de ajudar a resolver os problemas energéticos do país, o Rio Grande do Norte poderá gerar empregos e renda.

Atenção governadora Rosalba Ciarlini. Vamos ficar atentos às oportunidades. E Deus nos ajude para não ficarmos mais uma vez no breu.

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