terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Protestos se alastram por Trípoli


Trípoli (AE) - Manifestantes na capital líbia, Trípoli, saquearam a sede da televisão estatal do país, queimaram prédios dos Comitês do Povo, entidades que apoiam o regime de Muamar Kadafi, e entraram em choque com tropas do governo. Escolas, prédios governamentais e a maioria das lojas estão fechadas em Trípoli. A rebelião se alastrou pela capital líbia e o número de mortos supera centenas. O governo ordenou que aviões militares atacassem manifestantes, mas Kadafi ainda permanece na Líbia, disseram o chanceler líbio, Mussa Kussa, e seu congênere da Venezuela, Nicolás Maduro. Os conflitos se agravaram e um dos principais teólogos do islamismo, o clérigo sunita egípcio Yusuf al-Qaradawi, que vive no Catar, emitiu um decreto (fatwa), no qual afirma que qualquer soldado líbio pode e deve assassinar Kadafi.

osman orsal/reuterslíbios No dia mais tumultuado dos últimos 30 anos, manifestantes saquearam a sede da televisão estatal e atearam fogo nos Comitês do Povo. O ministro da Justiça renunciou e dois pilotos desertaram levando os caças para Maltalíbios No dia mais tumultuado dos últimos 30 anos, manifestantes saquearam a sede da televisão estatal e atearam fogo nos Comitês do Povo. O ministro da Justiça renunciou e dois pilotos desertaram levando os caças para Malta
O site pró-governo Qureyna informou que o ministro da Justiça, Mustafa Abdel-Jalil, demitiu-se em protesto por causa do "uso excessivo da força contra manifestantes desarmados". Segundo a emissora Al-Jazira, do Catar, pelo menos 61 pessoas foram mortas nesta segunda-feira apenas em Tripoli, enquanto os protestos contra Kadafi tomam conta da capital. Dois caças Mirage da Força Aérea da Líbia desertaram, com os pilotos conduzindo os aviões à ilha de Malta e pedindo asilo político.

No Bahrein, jovens querem fim da monarquia

Manama (AE) - Um grupo de jovens manifestantes que acampam na Praça da Pérola, centro de Manama, capital do Bahrein, pedia ontem a queda da monarquia no país como parte das amplas exigências para encerrar as manifestações que já duram uma semana no pequeno país do Golfo Pérsico. Trata-se da exigência mais radical apresentada pelos manifestantes até agora, mas a maioria das pessoas que participam das manifestações exige apenas o enfraquecimento do poder monárquico e não foi possível determinar a importância que o grupo de jovens no país.

As tensões estão elevadas no Bahrein após confrontos nos quais a polícia disparou contra os manifestantes que tentavam recuperar a Praça da Pérola na semana passada. Pelo menos oito pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas nos confrontos desde que os levantes que se espalham pelo mundo árabe chegaram ao Golfo, na semana passada.

Abdul Redha Mohammed Hassan, de 32 anos, que foi ferido na cabeça pelas forças de segurança enquanto tentava marchar para a praça na sexta-feira, morreu num hospital nesta segunda-feira, informaram seus parentes.

O Bahrein é de particular importância para Washington, pois abriga a 5ª Frota Naval, que é o principal contrapeso aos esforços iranianos para expandir sua influência militar no Golfo

O grupo que se autodenomina "Jovens de 14 de fevereiro", uma referência à data do início das manifestações no país, divulgou um manifesto nesta segunda-feira no qual exige a queda da monarquia. "Nós exigimos a queda do regime opressivo de Al Khalifa", diz o documento, referindo-se à família real. "O povo vai escolher o sistema pelo qual será governado."

O grupo de jovens quer também que as autoridades sejam julgadas pelos ataques aos manifestantes na semana passada e exigem que o governo seja eleito. Segundo eles, a principal prioridade seria o cancelamento da cidadania de centenas de estrangeiros, concedidas como parte dos esforços de mudar o equilíbrio sectário no país.

Poucas políticas irritam mais a maioria xiita no Bahrein do que a concessão de cidadania a sunitas de outras nações, a maioria árabes, mas também a pessoas do Paquistão e de outros países do sul da Ásia.

Os xiitas do Bahrein reclamam da discriminação dos governantes sunitas. A dinastia Al Khalifa está no poder há 200 anos e tem forte apoio de outros líderes árabes do Golfo, que temem que a influência xiita do Irã possa se fortalecer na região.

Não está claro qual é o relacionamento do grupo de jovens com a oposição oficial xiita, que é composta por 18 dos 40 membros do Parlamento que renunciaram em protesto na quinta-feira.

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