terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Greve: servidores do ITEP protestam contra cortes nas gratificações

Eles paralisavam as atividades na manhã desta terça-feira (8) na sede e nas Centrais do Cidadão da grande Natal.

Por Marília Rocha
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Os servidores do Instituto Técnico e Científico de Polícia (ITEP) no Rio Grande do Norte deflagraram greve por tempo indeterminado na manhã desta terça-feira (8). O motivo é o corte nas gratificações, nos adicionais noturnos e nos adicionais de plantão que modificou o salário final dos servidores.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do Rio Grande do Norte, Ataliba Júnior, o corte foi feito sem diálogo com os servidores e nem explicações para a atitude. “Estamos em greve por causa do corte feito pelo Governo do Estado - sem anúncio - no salário de todos os servidores. Queremos receber pelo que trabalhamos nos plantões e no horário noturno”, explica o diretor.

Ele contou ao Nominuto que o ITEP hoje tem muitos cargos comissionados “fantasmas”, ou seja, que não trabalham nas unidades do ITEP em Natal, nem em Mossoró, nem em Caicó, mas mesmo assim “aparecem” na folha de pagamento no final do mês. “Temos hoje trabalhando nas três unidades do Estado apenas 800 funcionários e na folha aparecem 2 mil nomes, mas essa não deveria ter sido a solução para este corte e sim, a devolução dos funcionários as prefeituras de origem”, diz chateado.

Essa explicação foi a mesma feita na manhã de hoje em entrevista ao Jornal 96, da 96 FM, pelo secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Aldair Rocha alegando que a folha de pagamento deveria ter o valor final de R$ 500 mil e hoje corresponde ao valor de R$ 1 milhão. “Hoje não temos uma polícia técnica e continuamos com uma deficiência muito grande, por causa do pagamento de médicos, gratificação de plantões e adicionais de forma irregular e ilegal: adicionais noturnos para quem trabalhava durante o dia. Por isso, devolvemos as prefeituras quem não era do corpo técnico do ITEP e escolhemos os funcionários com o critério puramente técnico”, detalhou Aldair Rocha.

Segundo o Sinpol, o secretário de Segurança havia prometido que iria efetuar o pagamento com uma folha suplementar até a sexta-feira (4), mas até hoje, terça-feira (8) isso não havia sido feito.

Foto:Marília Rocha

O corte nos pagamentos irregulares também foi alvo de protesto pelos servidores que estavam paralisando as atividades na Central do Cidadão do Centro da Cidade. Para Ernandes Gomes, técnico de necrotério, o trabalho de 24 horas no plantão recebendo corpos e fazendo os exames deveria ser pago com o adicional noturno, independente do problema administrativo com outros servidores que não trabalharam. “Trabalhamos e queremos receber: é um direito nosso”, explicou o servidor.

A servidora Neuma Lourdes, técnica de radiologia que examina as fraturas dos corpos, também reclamou do corte no salário e disse não entender porque a “limpeza” administrativa do órgão, sugerida pela governadora não foi feita de forma detalhada, com certificação de quem estava trabalhando ou não. “Tiraram nosso adicional de gratificação sem nem perguntar quem estava trabalhando ou não. Deviam ter observado isso, fomos prejudicados sem ter direito a provar os plantões que demos”, argumenta.

Foto: Marília Rocha

Com a greve, os serviços de emissão do documento de identidade, comprovantes de antecedentes criminais, laudos e exames corpo e delito estão suspensos. O Sinpol garantiu que irá cumprir os 30% do efetivo determinado por lei e que as atividades de recolhimento de cadáveres e flagrantes serão cumpridos, mas “a marcha lenta”.
Após a assembleia que deflagrou a greve, os servidores se deslocaram aos postos do ITEP em Natal nos bairros da Zona Norte, Alecrim, Cidade Alta, no shopping Via Direta e Parnamirim para a suspensão das atividades e recolhimento do material de trabalho.

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