domingo, 27 de fevereiro de 2011

PMDB quer quebrar regime de 20 anos sem candidatura própria

Presidente do Diretorio Municipal do partido, Hermano Morais, explica que mesmo se não for ele, a legenda possui execentes nomes para disputa.

Por Diógenes Dantas
Tamanho do texto: A


O peemedebista Hermano Morais encerrou um ciclo de pouco mais de duas décadas na Câmara Municipal de Natal, para dar um novo passo na sua carreira política assumindo o primeiro mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

O seu bom desempenho nas urnas – nesses últimos anos – sempre colocam o seu nome na lista de opções do PMDB para disputar a Prefeitura da capital do Estado. Ele não confirma, mas também não descarta esse pleito que já foi tentado na eleição 2008, e imediatamente deixado de lado, em virtude de interesses “maiores” do seu partido, que deixou de apoiá-lo para apostar na candidatura da petista Fátima Bezerra, numa coligação que ainda incluía o PSB da então governadora Wilma de Faria.

Três anos depois, Hermano é lembrado mais uma vez pelos correligionários, mas se não for ele, pode ser qualquer um outro da legenda. Em 2012, é certo que o PMDB quer acabar com um regime de vinte anos sem candidatura própria no cenário natalense.

Diógenes Dantas - O PMDB vai mesmo ter candidato próprio em 2012?

Hermano Morais
– É o que temos ouvido das lideranças maiores do partido. O deputado Henrique Alves, assim como Garibaldi Alves, já concederam entrevistas nesse sentido. No entanto, esse assunto deve ser discutido depois do carnaval, quando está programada uma reunião para programar a reformulação do partido em todo o Estado, sendo a capital o principal colégio eleitoral, e estando o PMDB ausente das eleições há praticamente 20 anos, devemos apresentar candidatura própria.

DD – O senhor é candidato?

HM – Eu sou candidato a desenvolver um bom mandato como deputado estadual, acabo de ser eleito para o cargo. O meu nome vem sendo lembrado talvez pelo bom desempenho nas eleições municipais, e nas estaduais onde eu fui um dos deputados mais votados em Natal. Mas temos excelentes quadros no partido, o que temos que fazer primeiro é decidir qual o rumo a ser dado ao PMDB. Caso seja a candidatura própria vamos trabalhar para escolher o melhor nome e colocar a disposição da sociedade natalense para que o PMDB possa participar efetivamente dessa eleição.

DD – Cite alguns nomes...

HM – Temos o deputado estadual reeleito Walter Alves, o ex-senador Fernando Bezerra, entre outros que nós podemos identificar. O meu se inclui, também, por eu já ter cumprido quatro mandatos de vereador e agora um de deputado estadual.

DD – Agora vamos falar de outro assunto. O PMDB é oposição ou situação em relação ao Governo do Estado?

HM – O PMDB permanece numa situação incomoda, desde a eleição, quando esteve dividido. Parte apoiou a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), e a outra optou pela candidatura de Iberê Ferreira de Souza (PSB).
Foto: Elpídio Júnior
"O PMDB permanece numa situação incomoda, desde a eleição, quando esteve dividido."

DD – Mas o partido continuará dividido?

HM – Nós tivemos uma reunião com o Diretório Estadual, onde ficou decidido que devemos fazer todo esforço para unificar a posição do partido, isso vai levar algum tempo, enquanto isso o partido autorizou os seus representantes na Assembleia Legislativa, a tomarem a posição que entenderem ser a mais conveniente. Agora o que deve ser destacado é o interesse do PMDB em ajudar o Governo do Estado, a superar essas dificuldades e recuperar a capacidade de investimento, independente desta questão de cargos ou composição de bancada. Demonstrações nesse sentido foram dadas de forma clara pelo presidente do partido, o deputado Henrique Alves, que levou a governadora à presença da presidenta Dilma Rousseff, buscando a garantia de investimentos, de parcerias da União com o Estado. Além dele, o ministro da Previdência, Garibaldi Filho tem se esforçado no sentido de ajudar na superação dessas dificuldades.

DD – Qual a posição do senhor?
HM – A nossa posição será de independência, votando e apresentando projetos de interesse do Estado, da sociedade e também nos posicionando de forma crítica, quando necessário, buscando uma posição proativa para atender os anseios da população. Passado o período eleitoral nós temos que trabalhar muito em favor desse estado para que a população seja a grande beneficiada e a gente possa colocá-lo no caminho do desenvolvimento, gerando oportunidade de emprego e renda.

DD – A ocupação da sua vaga, e do agora deputado federal Paulo Vagner pelos suplentes das coligações, gerou uma polêmica. Na sua opinião, a decisão da Câmara Municipal de Natal foi acertada?
HM – Nós respeitamos, mas não concordamos enquanto não houver uma decisão de mérito do Supremo Tribunal Federal. Eu estou, inclusive, numa situação de certo constrangimento. Recentemente encontrei com meu amigo e colega Assis Oliveira (PR), que assumiu a vaga no lugar de Paulo Vagner do PV, como também estivemos outro dia com o vereador Fernando Lucena do PT, que assumiu a minha vaga. Mas fato é que em dezembro, a partir de uma decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal se ensejou uma nova interpretação sobre esse assunto. Então essa não é uma questão local, é nacional mesmo que em caráter liminar em favor dos partidos

DD – No seu caso quem assumiria era a Rejane Ferreira do PMDB?
HM – Exatamente. Então o que nós estamos desejando, e provocando na justiça é que haja uma decisão de mérito, o que deverá acontecer agora com o novo ministro o Luiz Fux. Algumas situações polêmicas como essa, deverão ser resolvidas. Então vamos aguardar e acabar essa polêmica.

Nenhum comentário: