sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Paralisação prejudica atendimento no Detran

Servidores do órgão pararam atendimento durante duas horas para reivindicar a convocação de aprovados no concurso
Paulo de Sousa // jpaulosousa.rn@dabr.com.br



Quem precisou ir ao Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran/RN), ontem pela manhã, para resolver algum problema, se deparou com guichês vazios e filas enormes. Os servidores do órgão fizeram uma paralisação, entre 8h e 10h, reinvidicando que sejam chamados para o curso de formação os aprovados no último concurso, realizado em dezembro do ano passado, para as 285 vagas existentes.


Guichês vazios e filas de espera: reinvindicação dos servidores durou o tempo necessário para irritar clientes Foto: Paulo de Sousa /DN/D.A.Press
"Há 30 anos que não são nomeados funcionários concursados. Enquanto isso, mais de 500 pessoas trabalham aqui de forma terceirizada, sem uma garantia de continuidade de seus contratos", protesta Santino Arruda, presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta do Estado (Sinai). O secretário estadual de Administração, Manoel Pereira, alega que "não há condições legais e financeiras para homologar esse concurso agora".

Como muitos outros na manhã de ontem, o vendedor Rodrigo Rocha de Moura, 22 anos, pediu folga no trabalho para tentar resolver sua situação junto ao Detran. Ele saiu da cidade de Touros, a 96 quilômetros de Natal, por volta das 6h para chegar ao órgão antes da abertura, às 8h. No entanto, ao chegar ao departamento de abertura de processos para mudar a categoria de sua moto de particular para aluguel, acabou encontrando os guichês de atendimento sem qualquer funcionário. Várias outras pessoas estavam na mesma situação à sua frente na fila. "Perdi o meu dia. Vou ter que voltar aqui de novo. Gastei R$ 20 de combustível, sem falar na alimentação. E fico constrangido de pedir ao patrão para tirar folga".

Já para o professor Sérgio Duarte, 28, o problema de faltar ao trabalho e ir ao Detran é ainda maior: "Tenho de liberar toda uma turma durante a manhã para vir aqui e, quando chego, não tem atendimento. Isso não prejudica somente a mim, mas aos meus alunos também". Ele foi ao órgão para fazer o teste psicológico exigido para a primeira habilitação. Sérgio acredita que terá que adiar o teste para uma outra data.

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