sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Os primeiros sinais

por Alexandre Cossenza |

A vitória sobre Fernando Verdasco – primeira sobre um top 10 – não foi transmitida, então é bom tomar cuidado ao exaltar o triunfo de Thomaz Bellucci na primeira rodada do ATP 500 de Acapulco. Preocupa a bipolaridade com que o número 1 do Brasil é analisado. Quando ganha um jogo, “vai chegar ao top 10 em breve”. Quando perde, “não merece estar no top 50″. Vamos com calma, por favor.
Sobre o triunfo em Acapulco, algumas coisas precisam ser ressaltadas, ainda que uma análise profunda (e visual) não possa ser feita. A começar pelo aproveitamento de primeiro saque, de 71%. Foi, com folga, o melhor de Bellucci em 2011. Não por acaso, ele teve seu serviço quebrado apenas uma vez na partida. Além disso, não deixemos passar o rendimento do brasileiros nos momentos importantes. É bem verdade que Verdasco deu uma força, com três duplas faltas no game em que foi quebrado no terceiro set, mas Bellucci, pela primeira vez no ano, mostrou força para sair de buracos e bater um adversário forte.
O primeiro desses “grandes” momentos veio no terceiro set, no game seguinte ao da quebra. O brasileiro abriu 40/0, mas deixou Verdasco ganhar quatro pontos seguidos e chegar ao break point. Uma quebra ali seria desastrosa. Daria moral ao espanhol e mudaria o “vento” do jogo. Bellucci, então, disparou um ace e, depois, venceu os dois pontos seguintes para manter a vantagem.
A outra sequência crucial veio no nono game, quando sacava para fechar o jogo. O paulista deixou Verdasco chegar a 0/40, mas novamente se safou. Anotou pontos seguidos, venceu o game e o jogo.
De quebra, Bellucci cai em uma chave cheia de possibilidades. Seu próximo jogo (às 22h – de Brasília – desta quarta) é contra Ivan Navarro, número 191 do mundo. Se confirmar o favoritismo, enfrentará nas quartas o vencedor do jogo entre Eduardo Schwank (104) e Lukasz Kubot (134). O brasileiro fez a sua parte, e as portas se abriram. É aproveitar mais esta chance.
Coisas que eu acho que acho
- Não custa reforçar. Cuidado com os exageros. Nas vitórias e nas derrotas.
- No(s) próximo(s) jogo(s), Bellucci volta a ocupar a posição de favorito, com aquele alvo gigante colado na testa. Até agora, em 2011, o brasileiro não desempenhou tão bem quando na obrigação de vencer. Veremos o quanto ele leva de confiança dessa vitória sobre Verdasco.

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