segunda-feira, 2 de maio de 2011

Entrevista Robinson Faria



"Rosalba vai conduzir as eleições municipais"
Futuro comandante do PSD no Rio Grande do Norte, o vice-governador Robinson Faria (ainda no PMN) declarou, em entrevista a O Poti/Diário de Natal, que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) será a responsável pela condução do processo de escolha do candidato que representará o governo na disputa pela prefeitura de Natal, em 2012. Ele disse que o PSD possui os nomes do deputado federal Fábio Faria e da deputada estadual Gesane Marinho para serem avaliados. Afirmou também que não pretende disputar o cargo. E enfatizou que não é aliado, nem tem compromisso com a prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV). Prestes a comandar uma das legendas de grande força no Brasil, Robinson comentou o surgimento do PSD no Rio Grande do Norte, a receptividade de Rosalba ao novo partido, a relação com Agripino, o início do governo do DEM e o desafio de assumir pela primeira vez uma função no Executivo. Confira a entrevista:

O PSD já está na rua pra valer? Qual a avaliação que o senhor faz do lançamento do partido?
O PSD nasceu forte no Rio Grande do Norte, já com a maior bancada da Assembleia Legislativa, com a confirmação da vinda do deputado Vivaldo Costa (PR) e do deputado José Dias (PMDB), além de Ricardo Motta (PMN), Gesane Marinho (PMN), Raimundo Fernandes (PMN) e outros que estão iniciando uma conversa conosco, que ainda não podemos anunciar. A expectativa que as lideranças estão demonstrando no interior em relação ao PSD também evidencia que o partido nasce forte no nosso estado. Em nível de Assembleia e em nível de município. Isso motiva muito esse momento que estamos vivendo, essa espontaneidade com que as lideranças estão se identificando com o projeto do PSD no Rio Grande do Norte.

O PSD no Rio Grande do Norte começa de uma forma parecida com a que começou o PMN, com a maior bancada da Assembleia e forte presença no interior. Mas qual a diferença na prática de estar no PMN para fazer parte do PSD?
São momentos distintos. O PMN foi no momento em que eu estava vivendo no governo e houve um rompimento entre o senador José Agripino (DEM) e a então governadora Wilma de Faria (PSB). Nosso grupo estava bem no governo e não tinha, naquela ocasião nenhum motivo para romper. Então o PMN veio em um momento de conflito. O PSD, embora existam algumas coisas que coincidam, surgiu de uma espontaneidade, de uma consulta ao grupo de Robinson no Rio Grande do Norte, daí surgiu o convite. Foi uma coisa inesperada. Nós não fomos atrás. Fomos provocados. Daí começamos a estudar a ideia. Ouvimos nossos deputados e achamos que o PSD era um partido novo, começando praticamente do zero, e tivemos motivação para entrar nesse projeto. Daí a distinção entre o PMN e o PSD.

Em nível nacional, o PSD surge sem uma identidade, como um partido formado por dissidentes de vários grupos políticos. No Rio Grande do Norte, qual será o perfil da legenda?
O PSD tem o vice-governador, que é alinhado à governadora Rosalba Ciarlini. O PSD do Rio Grande do Nortenão nasce como um ato de rebeldia. Muito pelo contrário. Surge totalmente sintonizado com o projeto político da governadora Rosalba Ciarlini, a caminhada política dela. Seremos parceiros incondicionais dela. A governadora contará com nosso apoio na Assembleia Legislativa. Todos os deputados que estão hoje indo para o PSD votaram nela. Então, o partido no estado tem identidade com Rosalba e com Robinson. Temos uma identidade muito clara. Não haverá divergências no partido. Em nível nacional, o PMN já apoiava a presidente Dilma Rousseff (PT). Eu a apoiei em 2010. O PSD também está na base aliada. Então estamos mantendo a nossa coerência.

Não é uma incoerência o partido apoiar o PT em nível nacional e o DEM em nível local?
Não. Quando eu fui apoiar Rosalba, já apoiava Dilma. Eu não sou do DEM. Seu fosse, seria contradição. Eu já me elegi junto com Rosalba apoiando Dilma.

Como sua ida para o PSD foi conversada com Rosalba, tendo em vista que o partido surgiu nacionalmente para enfraquecer a legenda dela?
O PSDnão foi criado para enfraquecer o DEM. Houve a coincidência de Gilberto Kassab pertencer ao DEM. Há uma certa polêmica porque em nível nacional o PSD aparece como contraponto ao DEM. Mas vamos avaliar o Rio Grande do Norte. Aqui, será se fundamental importância para o fortalecimento das bases políticas da governadora Rosalba Ciarlini.

Uma das metas do PSD era filiar os dois governadores do DEM, Raimundo Colombo (SC) e Rosalba Ciarlini (RN). O senhor chegou a convidar Rosalba para integrar a nova legenda?
Nunca conversei com ela sobre isso. Rosalba respeita o PSD. Antes de eu tomar a decisão. Antes de conversar com Gilberto Kassab, eu fui à casa dela e conversei com ela e seu marido. Lógico que não foi eles que tiveram a ideia de que eu fosse para o PSD. Mas eu argumentei que seria muito importante para o nosso grupo em 2014, o fortalecimento, a partir de agora, do PSD. Eu, por exemplo, ajudei muito no fortalecimento do PP. Fui delegado pelo partido nacional para fortalecê-lo. Depois eu perdi o comando do PP. Hoje, eu posso unificar todo esse grupo no PSD. Isso é muito bom para Rosalba. Vamos unificar lideranças do PP, PTB e PMN do nosso grupo no PSD.

Vai alguém do DEM?
Não. Não estamos dialogando com ninguém do DEM.

E como ficou sua relação com o senador José Agripino?
De minha parte, continua ótima. José Agripino é um amigo meu. Eu entendo a sua preocupação. Ele é presidente do DEM. Mas ele tem que compreender o sentimento meu e de Rosalba. Tem que ser cooperativo. Agripino tem o mandato de senador de oito anos. Tanto ele quanto Garibaldi Filho (PMDB). Eles foram eleitos nesse palanque com Rosalba. Daqui a quatro anos, quem vai para a campanha de novo, para o vestibular das urnas, é Rosalba e Robinson. Agripino e Garibaldi já estão com mandatos garantidos. Daí minha preocupação e de Rosalba para promover o fortalecimento das nossas bases políticas.

O PSD potiguar vai servir também para aproximar Rosalba Ciarlini do governo federal?
Rosalba Ciarlini já está com excelente relação com o governo federal, pela sua importância como governadora e sua habilidade. Pelo seu espírito público e sua vocação natural, ela já está bem sintonizada com a presidente Dilma Rousseff. Mas, sem querer ser pretensioso, o PSD será um braço que também poderá dar uma ajuda.

O senhor fala muito nas eleições de 2014. Mas como o PSD está se preparando para as eleições municipais de 2012?
Em Natal, o partido tem quadros bons. O deputado federal Fábio Faria e a deputada estadual Gesane Marinho possuem boa votação na capital. Mas isso não significa que o PSD esteja lançando candidato a prefeito de Natal. Vamos conversar com a governadora Rosalba, o senador José Agripino, o senador Garibaldi Alves Filho, o mesmo palanque de 2010, porque nós temos o mesmo grupo. Não mudou em nada. Pelo contrário, estamos fortalecendo esse grupo. A governadora Rosalba será a condutora desse processo.

E a aliança do seu grupo político com a prefeita Micarla de Sousa?
Meu compromisso é com Rosalba Ciarlini.

Mas ainda existe essa aliança?
Da parte do PSD, não temos nenhum compromisso com Micarla.

Então o PSD apoiará o candidato que Rosalba apoiar?
Nós conversaremos com ela. Apresentaremos nossas opiniões. Mas a governadora Rosalba com certeza será a condutora desse processo da sucessão municipal.

O senhor colocou os nomes de Fábio Faria e Gesane Marinho como possíveis candidatos a prefeitura de Natal. No entanto, o seu foi citado em pesquisas. O senhor pretende ser candidato a prefeito de Natal?
Meu pensamento não é esse. Não tenho nenhuma expectativa em relação a isso. Meu propósito é ajudar Rosalba a fazer um grande governo. O sucesso administrativo do governo será bom para Rosalba e para mim. Quero contribuir para uma gestão eficiente. Mas fico muito satisfeito de ter sido citado e aparecido, inclusive, em terceiro lugar em algumas sondagens.

O senhor tem falado bastante em fortalecer sua candidatura para 2014. Seu projeto para as próximas eleições estaduais é ser candidato ao Senado?
A candidatura de 2014 será definida em 2014. Primeiro, temos que cumprir o compromisso que temos com o povo. Depois, cuidar da parte política. Temos que alimentar, somar e agregar apoios. Não tenho desejo pessoal nesse momento. Meu compromisso é com o governo Rosalba.

Qual a avaliação que o senhor faz desses primeiros meses do governo Rosalba?
Apesar das dificuldades que são de conhecimento de todos, temos muito o que comemorar. Primeiro a conquista da Copa do Mundo. Depois com a ação corajosa, efetiva e de credibilidade com a qual Rosalba anunciou a Copa, que trará infinitos benefícios para o nosso estado. Isso se deve aos 100 dias do governo Rosalba. Podemos também observar uma recuperação muito rápida da educação. Toda a rede pública está em dia. Ela também tomou medidas moralizadoras, como o fim do regime especial de tributação. Vai gerar muita renda. Ela teve coragem de acabar com esses privilégios. Isso é uma demonstração de que ela não tem compromissos com grupos econômicos. Poderá chegar a R$ 500 milhões em receita em seis meses. O estado não pode abrir mão de receita para privilegiar grupos que não precisam. Foi uma medida muito corajosa. Rosalba também cortou os cargos comissionados em 30% e tem preparado o estado para o futuro.

O senhor tem o perfil legislativo. Agora, exerce um cargo no executivo. Como está sendo a experiência de secretário?
É uma mudança muito radical na minha vida. Era parlamentar. Fui presidente da Assembleia. Tive que conciliar as percepções dos parlamentares e as cobranças da população. Graças a Deus, consegui ser o presidente que resgatou a credibilidade e a confiança popular. Encontrei uma Assembleia convencional. Hoje, temos programas consagrados e inovadores. Mudei o perfil da Assembleia. Aqui vamos fazer a mesma coisa. Vamos aprender, ouvir e realizar. Topei o desafio e com o tempo irei mostrar as realizações. Apesar de ser um órgão muito técnico, pretendo implantar aqui um trabalho social. Fazer da água um meio de vida para o povo. Faremos um projeto chamado Irrigação Solidária, que está em estudo. Outra meta nossa é fazer o mapeamento digital detodas as barragens do Rio Grande do Norte.

O PSD surge muito próximo do PSB, nacionalmente. Como será aqui no Rio Grande do Norte?
Isso aí já foi desfeito. Foi cogitado no início haver uma fusão, mas o PSD veio tão forte, nasceu tão grande, já com 33 deputados federais, que a fusão se tornou desnecessária. Esse ponto foi descartado. Aliás, essa foi a primeira pergunta que eu fiz a Kassab. Se isso fosse ocorrer, eu não iria para o partido em hipótese nenhuma.

Então o senhor descarta uma aproximação com o PSB?

O PSB é nosso adversário no Rio Grande do Norte.

Antes de o senhor ser confirmado como secretário de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, era esperado que a pasta escolhida fosse a Secretaria de Habitação e Asssistência Social (Sethas). Por que a opção pelo Meio Ambiente?
Foi um convite de Rosalba. Ela quis confiar a mim a secretaria e os órgãos ligados a ela, como a Caern e o Idema. Ainda não havia uma integração de gestão nessa área. Senti-me desafiado. Como ser político, eu tenho um perfil mais social. Talvez a Sethas tivesse mais o meu perfil. Mas gosto de desafios. Estou motivado a conhecer coisas novas. Estou motivado a estudar, a aprender e renovar minhas experiências. Por isso, aceitei o convite.

Então se o senhor tivesse a chance de optar teria escolhido a Sethas?
Não. Se eu tivesse pedido a Sethas, ela teria me atendido. Mas, no diálogo com ela, achei interessante a proposta e aceitei. Foi uma conversa agradável, de amigos, que terminou com esse entendimento.

O senhor tem o perfil legislativo. Agora, exerce um cargo no executivo. Como está sendo a experiência de secretário?
É uma mudança muito radical na minha vida. Era parlamentar. Fui presidente da Assembleia. Tive que conciliar as percepções dos parlamentares e as cobranças da população. Graças a Deus, consegui ser o presidente que resgatou a credibilidade e a confiança popular. Encontrei uma Assembleia convencional. Hoje, temos programas consagrados e inovadores. Mudei o perfil da Assembleia. Aqui vamos fazer a mesma coisa. Vamos aprender, ouvir e realizar. Topei o desafio e com o tempo irei mostrar as realizações. Apesar de ser um órgão muito técnico, pretendo implantar aqui um trabalho social. Fazer da água um meio de vida para o povo. Faremos um projeto chamado Irrigação Solidária, que está em estudo. Outra meta nossa é fazer o mapeamento digital de todas as barragens do Rio Grande do Norte.

O PSD surge muito próximo do PSB, nacionalmente.

Como será aqui no Rio Grande do Norte?
Isso aí já foi desfeito. Foi cogitado no início haver uma fusão, mas o PSD veio tão forte, nasceu tão grande, já com 33 deputados federais, que a fusão se tornou desnecessária. Esse ponto foi descartado. Aliás, essa foi a primeira pergunta que eu fiz a Kassab. Se isso fosse ocorrer, eu não iria para o partido em hipótese nenhuma.

Então o senhor descarta uma aproximação com o PSB?

O PSB é nosso adversário no Rio Grande do Norte.

Antes de o senhor ser confirmado como secretário de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, era esperado que a pasta escolhida fosse a Secretaria de Habitação e Asssistência Social (Sethas). Por que a opção pelo Meio Ambiente?
Foi um convite de Rosalba. Ela quis confiar a mim a secretaria e os órgãos ligados a ela, como a Caern e o Idema. Ainda não havia uma integração de gestão nessa área. Senti-me desafiado. Como ser político, eu tenho um perfil mais social. Talvez a Sethas tivesse mais o meu perfil. Mas gosto de desafios. Estou motivado a conhecer coisas novas. Estou motivado a estudar, a aprender e renovar minhas experiências. Por isso, aceitei o convite.

Então se o senhor tivesse a chance de optar teria escolhido a Sethas?
Não. Se eu tivesse pedido a Sethas, ela teria me atendido. Mas, no diálogo com ela, achei interessante a proposta e aceitei. Foi uma conversa agradável, de amigos, que terminou com esse entendimento.

É uma mudança muito radical na minha vida. Era parlamentar. Fui presidente da Assembleia. Tive que conciliar as percepções dos parlamentares e as cobranças da população. Graças a Deus, consegui ser o presidente que resgatou a credibilidade e a confiança popular"

Foi cogitada uma fusão com o PSB, mas o PSD nasceu tão grande, que a fusão se tornou desnecessária. Foi descartado. Essa foi a primeira pergunta que eu fiz a Kassab. Se isso fosse ocorrer, eu não iria para o partido em hipótese nenhuma. O PSB é nosso adversário no RN"

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