sexta-feira, 10 de junho de 2011

A doçura que rende divisas

Em Mossoró, 15ª Expofruit movimenta setor da fruticultura irrigada e espera gerar R$ 20 milhões em negócios
Jussara Correia // jussaracorreia.rn@dabr.com.br



Cerca de R$ 20 milhões em negócios devem ser movimentados na 15ª edição da Feira Internacional de Fruticultura Tropical Irrigada - Expofruit 2011, que acontece em Mossoró. A estimativa foi apresentada pelo idealizador do evento, Segundo de Paula, que também acredita na implantação de indústrias ligadas ao setor de fruticultura no Rio Grande do Norte. A abertura oficial da feira aconteceu na noite de ontem, embora as rodadas de negociações tenham começado na quarta-feira. Na ocasião, produtores do estado fizeram contatos e firmaram parcerias com compradores do país inteiro, além de empresários estrangeiros, vindos da Espanha, Estados Unidos, Chile, Rússia, Polônia, entre outros. Com o tema "A fruticultura sustentável deixa o mundo mais saudável", o evento traz também fornecedores de insumos, equipamentos e serviços ligados ao setor agrícola, distribuídos em uma área de 15 mil metros quadrados e 320 estandes. Participam da feira 184 representantes de empresas do setor.

Melão, mamão, melancia, manga e abacaxi são os grandes protagonistas do evento. Para o comprador de Curitiba, Moezez Ferronato - proprietário da Iri's Boa Fruta -, a Expofruit é uma oportunidade de fazer bons negócios. "É a primeira vez quem venho aqui e estou gostando muito. Certamente irei fechar parcerias aqui. Já trabalho com o abacaxi, em Curitiba, e agora vim em busca da manga", afirmou. Para o idealizador do evento, Segundo de Paula, um dos focos da feira é aproximar o pequeno produtor desse circuito de negociações. "Antes havia uma timidez por parte dos produtores e hoje eles estão aqui. Isso é bom porque elimina a figura do atravessador no processo de comercialização. Conseguimos isso atraindo essas pessoas pelo bolso. A ideia é valorizar esses produtores, especialmente o pequeno", afirmou.

De acordo com Segundo, o Banco do Nordeste - que está no evento pela primeira vez -, disponibilizou R$ 3,5 milhões em financiamento. "Precisamos criar formas para que o produtor ganhe, ou então a gente vai perder mercado", disse. Quando questionado sobre as expectativas quanto à atuação do governo do estado no setor, Segundo disse que está otimista e disse acreditar no conhecimento que a governadora Rosalba Ciarlini tem sobre o potencial da região. "Tanto a governadora quanto o secretário de Agricultura, Betinho Rosado, conhecem bem as dificuldades e as vantagens dessa região e acredito que farão um bom trabalho. Eles estão aqui para receber os produtores, mas não é só ouvir, pois queremos respostas", disse Segundo.

Certificação

Uma das novidades, este ano, na Expofruit foi a certificação de 12 produtores de manga, que agora poderão comercializar seus produtos nos Estados Unidos e na Europa. Esses produtores receberam os selos de qualidade USA Gap e Global Gap, adquiridos pela excelência e boas práticas na produção da fruta. De acordo com o diretor técnico do Sebrae, João Hélio Costa, para conseguirem os selos, esses produtores tiveram que respeitar uma série de critérios e adotar medidas para alcançar os certificados. "Metade eles receberam o USA Gap e outra parte o Global Gap, que é um pouco mais criterioso. Mas creio que dentro de três meses, todos estarão com os dois selos. Isso é um avanço enorme para nossos produtores que poderão fechar negócios com esses mercados", disse João Hélio. Entre os critérios para obter os selos estão os cuidados com o meio ambiente, a ausência de agrotóxicos nas frutas e as garantias trabalhistas para os funcionários.

Nenhum comentário: