Companhia gaúcha de teatro traz espetáculo inusitado a Natal neste fim de semana
Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@dabr.com.br
Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@dabr.com.br
P oucos privilegiados recebem elogio da colunista e crítica de teatro do jornal O Globo, Barbara Heliodora. E os gaúchos da Cia do Giro participam do seleto círculo. Eles estarão hoje em Natal para realizar um intercâmbio com o grupo Clowns de Shakespeare. Os diretores dos dois grupos ministrarão um workshop sobre técnicas de máscaras larvárias no Barracão do Clowns, das 14h às 18h. Os interessados devem encaminhar e-mail com nome completo, telefone e endereço para o e-mail: arlindo@clowns.com.br. A Cia do Giro também fará duas apresentações do espetáculo Larvárias, na Casa da Ribeira. Será amanhã e domingo, às 20h.
Espetáculo Larvárias estreou em 2005 e foi o primeiro no mundo a estabelecer uma narrativa usando somente esse tipo de máscaras Foto: Claúdio Etges/Divulgação/D.A Press |
O espetáculo retrata os aspectos delicados e graciosos do cotidiano, seu humor e poesia. De um imenso mundo branco, surgem máscaras-larvas em diferentes estados e formas: figuras intermediárias que contêm o homem e o bicho, que não estão resolvidas em características humanas, mas que também não são animais. O espetáculo fala dos encontros e desencontros desses seres, seus atritos, confusões, equívocos e aproximações, ampliando o mundo fenomenal que envolve o contato entre eles. O imaginário é amplamente instigado como fonte de criação e comunicação, pois a figura da máscara larvária e sua forma indefinida levam o ator a criar a partir de estímulos não-lógicos e pré-estabelecidos, a trabalhar com idéias consideradas absurdas que possam surgir do inconsciente.
O cenário inteiramente branco remete o espectador a um passeio por um universo de sensações e imagens que é valorizado em sua expressão plástica através dos minuciosos recursos da luz, figurino e música. Larvárias é um convite a imaginação através de uma experiência sensorial única. Uma página em branco a ser colorida pelo universo simbólico do espectador.
O espetáculo, que possui 55 minutos de duração, conta com dois atores em cena, além de um elemento cênico de extrema importância: uma bola inflável branca, com 2,5m de altura, com a qual os personagens interagem todo o tempo. O trabalho de interpretação de Daniela Carmona e Adriano Basegio é de excepcional sutileza ao valorizar o quieto e o vazio, características que vêm desaparecendo de nossa cultura atual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário