quarta-feira, 8 de junho de 2011

Meta é colocar pescado na mesa

Ministra da Pesca Ideli Salvatti ressaltou potencial do país e quer aumento do consumo pela população
Alex Costa // alexcosta.rn@dabr.com.br
Especial para o Diário de Natal



"A meta é clara: temos que acelerar o barco e trabalhar duro para aumentarmos a produção e o consumo do pescado brasileiro". As palavras da ministra da Pesca e da Aqüicultura Idelli Salvatti deram início a palestra sobre "Aqüicultura Brasileira", na 8ª edição da Feira Nacional do Camarão, além do WAS 2011, o maior evento de aqüicultura mundial, dentro da mesma programação. Ontem pela manhã, a ministra palestrou, no Centro de Convenções de Natal, para um auditório repleto de estudantes, especialistas e aquicultores de diversas partes do mundo.

A palestra realizada pela ministra apresentou a atual imagem do Brasil a nível mundial quanto à aqüicultura. No RN, a expectativa é que sejam aumentadas as colônias de camarão em cativeiro, aproveitando reservatórios ainda não utilizados. "Temos que investir mais na produção de peixes, moluscos e crustáceos em cativeiro, pois isso garantirá a chegada com mais freqüência do pescado na mesa do brasileiro,que é uma excelente fonte nutritiva", disse a ministra.

"O Brasil ainda está longe de ser um grande produtor de pescado, mas temos a incrível vantagem de termos uma costa imensa com 8.500 quilômetros, pontos estratégicos como o Rio Grande do Norte, sem contar que 12% do volume de água doce do mundo está em nosso território. Há muito a explorar ainda", garantiu a ministra.

Questionada sobre o posicionamento do RN a nível nacional em termos de representatividade pesqueira, devido a recente parceria da empresa potiguar Atlântico Tuna com a gigante japonesa Japan Tuna, a ministra Idelli Salvatti foi simples: "É um desafio. Existe o compromisso de se entregar o terminal pesqueiro ainda em agosto deste ano, o que garantirá grandes perspectivas de exportação e crescimento econômico para o RN".

Segundo a ministra, dívidas do governo do estado impediram a liberação do último repasse de recursos no prazo, atrasando o cronograma inicial, que previa a conclusão do terminal pesqueiro em abril. Ela espera que a obra seja retomada já nos próximos dias.

Números

A carcinicultura do Brasil passou por uma derrocada em virtude das enchentes no Nordeste em 2004. No entanto, cinco anos depois, o mercado começou a ser reerguer e em 2009 produzir 65 mil toneladas de camarão em solo brasileiro, dos quais 95% foram destinadas ao mercado interno. Em 2010, houve um aumento considerável na produção, que atingiu 75 mil toneladas. A expectativa para esse ano é que a produção chegue a 85 mil toneladas.

Atualmente, o Brasil conta com 1.380 produtores de camarão em cativeiro, destes, 560 estão no Rio Grande do Norte. "Esse é talvez o setor do agronegócio que tem mais potencial de crescimento, e com sustentabilidade", declarou a ministra Ideli Salvatti, que garantiu que a criação de camarão em viveiros está entre os investimentos previstos pelo governo federal.

Para Idelli, o aumento do consumo mostrará o desenvolvimento, a industrialização, bem como o aumento das exportações e mais recursos, garantindo uma melhora na qualidade de vida de pescadores e aquicultores brasileiros. Atualmente, 145,1 milhões de toneladas de pescado são coletados em todo o Brasil, mas desses apenas 55,1 milhões são originários da aqüicultura.

Dados da FAO mostram que a aqüicultura no Brasil produziu 415 mil toneladas de pescado, sendo apenas 33,5% do total de peixe coletado em ambos os setores, inclusive a pesca. Segundo os dados, 81,18% da aqüicultura são do âmbito continental, sendo os restantes 18,84% de origem marinha. A maioria desse pescado é o camarão.

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