terça-feira, 28 de junho de 2011

Pobreza é reduzida no país


Estudo da FGV mostra franco crescimento das classes A,B e C. Mais de 9,7 milhões deixaram as classes D e E desde 2009


Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado ontem mostra que desde janeiro de 2009 as classes A e B tiveram um crescimento de 12,8% no país, alcançando 22,5 milhões de pessoas (11,76% da população brasileira). No mesmo período, o crescimento da classe C foi de 11,1%, totalizando cerca de 105,4 milhões de pessoas, ou 55,05% da população. O aumento do número de pessoas no topo da pirâmide social segue uma tendência iniciada em 2003. Segundo a FGV, o crescimento da classe C, desde 2003, e a migração de pessoas para as classes A e B, desde 2009, ampliaram o mercado consumidor brasileiro em mais de 50 milhões de pessoas, o equivalente a mais de uma Espanha.


Apesar da melhoria, desigualdade no Brasil continua expressiva e mais de 16 milhões vivem com menos de R$ 70 mensais Foto:Fábio Cortez/DN/D.A Press
O estudo "Os Emergentes dos Emergentes: Reflexões Globais e Ações Locais para a Nova Classe Média Brasileira", feito com base nos dados da Pesquisa Nacional de Amostras a Domicílio (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela ainda que as classes A, B e C tiveram um ingresso de 48,8 milhões de pessoas entre 2003 e 2009, sendo 13,1 milhões apenas entre 2009 e maio de 2011. "Essa análise dos dados mais recentes mostra que quase a população total da África do Sul foi incorporada às classes ABC", destaca o documento.

Em contrapartida, a base da pirâmide social, formada pelas classes D e E foi reduzida de 96,2 milhões de pessoas em 2003 para 63,6 milhões até maio, sendo que 9,7 milhões de pessoas migraram da base social para classes mais elevadas entre janeiro de 2009 e maio de 2011.

O crescimento da economia com uma inflação mais estabilizada, aliado a expansão do mercado de trabalho e à melhoria das condições de renda da população, com a política de recuperação do poder de compra do salário mínimo, contribuíram de forma significativa com esse processo, de acordo com estudo elaborado pelos pesquisadores do Centro de Políticas Sociais da FGV.

Mesmo assim, a desigualdade do país ainda é expressiva: enquanto 22,5 milhões de pessoas estão no topo da pirâmide social, 24,6 milhões de brasileiros ainda ocupam a classe E, ou seja, vivemcom renda familiar mensal de até R$ 751. Destes, cerca de 16,2 milhões vivem em pobreza extrema, com menos de R$ 70 mensais. As pessoas que estão na classe C, segundo o estudo, contam com uma renda mensal familiar que varia entre R$ 1.200 e R$ 5.174.

Classes
O IBGE divide as categorias das classes sociais de acordo com a renda familiar mensal. Estão na classe E as pessoas com renda de até R$ 751. Na classe D figuram as famílias que recebem entre R$ 751 e R$ 1.200 por mês. A classe C é composta de famílias com renda entre R$ 1.200 e R$ 5.174. Já a classe B inclui pessoas com renda familiar entre R$ 5.174 e R$ 6.745. Qualquer família que ganhe mais do que isso por mês é considerada classe A pelo IBGE.

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